EP-469 - FURUNCULOSE GRAVE EM PACIENTE IMUNOCOMPETENTE: UM RELATO DE CASO

Autor: Giovanna Catherine Freitas Almeida, Matheus Todt Aragão, Nathalia V.B. Todt Aragão, Edson Santana Gois Filho, Klécia Santos dos Anjos, Maria Carolyne de Mendonça Mota, Giovanna Penteado Mamana, Ana Vitoria Góis de O. Rabelo, Maria Eduarda de A. Oliveira, Jacson J.S.A. dos Reis
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2024
Předmět:
Zdroj: Brazilian Journal of Infectious Diseases, Vol 28, Iss , Pp 104365- (2024)
Druh dokumentu: article
ISSN: 1413-8670
DOI: 10.1016/j.bjid.2024.104365
Popis: Introdução: As manifestações clínicas da infecção pelo Staphylococcus aureus podem variar desde lesões cutâneas sem gravidade até choque séptico. A furunculose é, geralmente, uma infecção autolimitada, comprometendo áreas recobertas por pêlos, como a face, axilas e nádegas. Sabe-se que sua frequência e gravidade estão relacionadas a fatores ambientais, a fatores inerentes ao patógeno e a fatores individuais, como a baixa resistência imunológica. Objetivo: Relatar um caso de furunculose em paciente imunocompetente evoluindo de forma desfavorável, a despeito do tratamento adequado. Método: Relato de caso. Resultados: Mulher, 28 anos, previamente hígida. Descreve que, há 1 mês, observou lesões maculo-papulares pequenas e dolorosas, evoluindo para pústulas, em tronco e membro inferior direito. Relata que uma das lesões, em região infraumbilical, evoluiu com enduramento, nodulação e ponto de flutuação. Procurou dermatologista, sendo prescrito Amoxicilina/Clavulonato por 7 dias e analgésicos, sem melhora. Foi encaminhada ao infectologista, sendo prescrito novamente Amoxicilina/Clavulonato, por 10 dias, cursando com piora, sendo então receitada Clindamicina por 14 dias associada à descolonização com Mupirocina. Foram solicitados exames, revelando apenas discreta leucocitose. Cursou com melhora discreta da lesão, sendo que, 9 dias após o início da Clindamicina, evoluiu com drenagem espontânea de exsudação purulenta volumosa. Foi realizado debridamento cirúrgico, sendo mantida antibioticoterapia. A cultura do material coletado não evidenciou crescimento bacteriano. Houve, então, regressão lenta da lesão, sendo observada melhora significativa apenas após 3 semanas, com formação de cicatriz distrófica. Conclusão: Foi descrita uma infecção de pele/partes moles em uma paciente jovem e sem fatores de risco, evoluindo com resistência ao tratamento, necrose e ulceração profunda. Salienta-se a má resposta à antibioticoterapia estendida, a despeito do uso de Amoxicilina + Clavulanato e, posteriormente, de Clindamicina. Presume-se que o agente etiológico envolvido tenha sido o S. aureus, porém a cultura não foi capaz de revelar a etiologia, provavelmente pelo uso prévio de antibiótico. Por fim, ressalta-se que uma infecção frequentemente benigna e autolimitada, mesmo em um paciente sem fatores de risco, pode evoluir de forma agressiva e refratária ao tratamento adequado, devendo o médico assistente estar atento a essa evolução atípica e potencialmente grave.
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