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Contexto: Avaliações quantitativas para vigilância e resposta a doenças como a Leishmaniose Visceral são importantes para implementar a agenda da Saúde Única. Em 2020, 97% dos casos das Américas foram notificados no Brasil. Em São Paulo, a doença ocorreu pela primeira vez em 1999 e até 2019 foram notificados um total de 3.046 casos acumulados. Desenvolvimento: O objetivo deste estudo é: A) Analisar por métodos integrados, a dispersão espaço-temporal da LV humana. B) Através de métodos geoespaciais, identificar a existência de correlação entre variáveis ambientais e sociais e a distribuição dos três componentes: vetor, casos humanos e casos caninos. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo seccional, no qual dados vetoriais, caninos e humanos de LV foram obtidos de fontes públicas. Foi utilizado Sensoriamento Remoto e Mapeamento Temático com Sistema de Informações Geográficas. A autocorrelação e os agrupamentos espaço-temporais foram analisados para correlacionar vetor-doença-ambiente. Resultados: Entre 1999 e 2020, um total de 106 dos 645 municípios acumularam casos humanos. Ao longo de 7 triênios, todos os clusters de valores alto-alto significativos foram encontrados no Oeste. O vetor Lutzomyia longipalpis está se dispersando ao longo de um eixo no Noroeste. A leishmaniose canina superpovoou o norte do estado e, até o final de 2020, foi detectada em 192 municípios (29,76%). A doença humana correlacionou-se com áreas vegetadas baixas e médias e com MODIS LST-dia (OR=4,5) e LST-noite (OR=13,01). Os resultados forneceram uma base científica para a implementação regional de vigilância e resposta geoespacial e por satélite para LV. |