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A tempestade elétrica em portadores de cardiodesfibriladores implantáveis é a ocorrência de pelo menos três intervençoes apropriadas, resultante de taquicardia ventricular ou fibrilaçao ventricular, em 24 horas. É preditor de mau prognóstico e a terapia varia de medicamentos até transplante cardíaco. Este estudo teve por objetivo revisar orientaçoes de diagnóstico e prevençao, visando ao tratamento (farmacológico, intervencionista e cirúrgico) da tempestade elétrica em portadores desses dispositivos. Compilamos publicaçoes no Medline/PubMed e em revistas nacionais. O tratamento das condiçoes basais e desencadeantes, como insuficiência cardíaca e insuficiência coronária, reduziu a morte súbita. Amiodarona, betabloqueadores, lidocaína e magnésio sao a base terapêutica. A ablaçao por cateter reduz arritmias e choques, estabiliza o ritmo e melhora o prognóstico. A taquicardia ventricular com substrato permite a abordagem de um circuito estável. A compreensao dos mecanismos e as melhorias no mapeamento eletrofisiológico possibilitam seu uso na fibrilaçao ventricular. Diferentes condiçoes necessitam de abordagem cirúrgica, eliminando focos arritmogênicos e/ou permitindo o remodelamento, utilizando ressincronizaçao, tratamentos para coronariopatia, valvopatias e cardiopatias congênitas, ressecçao endocárdica guiada por eletrofisiologia e transplante em pacientes refratários. Atuando no sistema nervoso, a neuromodulaçao é alternativa. Durante anestesia peridural torácica, a denervaçao simpática cardíaca tem efeitos consistentes e persistentes. De modo semelhante à denervaçao simpática renal, pode ser um novo horizonte. Concluímos que identificar a causa é fundamental. O tratamento dos fatores causais melhora o controle e o prognóstico. Amiodarona, bloqueadores beta-adrenérgicos, lidocaína e magnésio sao opçoes. Procedimento ablativo deve ser ponderado para taquicardia e fibrilaçao ventricular. Abordagem cirúrgica e neuromodulaçao podem ser consideradas. |