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RESUMO O artigo aborda o processo político e intelectual no âmbito do qual Mário Pinto de Andrade desenvolveu um projeto de pesquisa em torno do kimbundu. Tendo aprendido a língua do grupo etnolinguístico Ambundu ainda na infância, em Luanda, emigrou para Lisboa para estudar filologia clássica na universidade. Ali, viu-se atravessado por marcadores raciais e geográficos que reconfiguraram seus interesses de estudo para a linguística africana. Servindo-se de instrumentos, conhecimentos e acervos aos quais teve acesso em Lisboa, Andrade redigiu um ensaio sobre o kimbundu publicado em Luanda, combinando uma genealogia crítica de gramáticas e dicionário publicados desde o século XVII sobre o tema, a partir de um olhar anticolonial. Como demonstramos, esse movimento de encontro com as questões que o atravessavam foi realizado na metrópole, mas os resultados foram disseminados em seu país natal, afinados com o Movimento dos Novos Intelectuais de Angola. |