ASSOCIAÇÃO ENTRE GRUPO SANGUÍNEO ABO, GRAVIDADE E MORTALIDADE POR COVID-19

Autor: ACDM Carneiro, MCL Pires, SCSV Tanaka, ACCH Cunha, LQ Pereira, FB Vito, SS Silva, H Moraes-Souza
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2021
Předmět:
Zdroj: Hematology, Transfusion and Cell Therapy, Vol 43, Iss , Pp S540- (2021)
Druh dokumentu: article
ISSN: 2531-1379
DOI: 10.1016/j.htct.2021.10.932
Popis: Objetivo: Avaliar a relação entre o sistema ABO e os índices de gravidade e mortalidade em pacientes hospitalizados por COVID-19 no município de Uberaba-MG. Material e métodos: Participaram deste estudo 343 pacientes atendidos em unidades hospitalares do município de Uberaba – MG. Foram determinadas as fenotipagens eritrocitárias por prova reversa em todas as amostras de sangue periférico e coletados os dados clínicos e epidemiológicos de cada paciente. A análise estatística dos resultados foi realizada de forma descritiva e inferencial. Para variáveis quantitativas, utilizaram-se medidas de posição ou centralidade (média) e medidas de dispersão e variabilidade (desvio padrão). As variáveis categóricas foram analisadas por meio do software SPSS, versão 20.0, bem como análise de associação em tabelas de contingências χ2. Os valores foram considerados estatisticamente significativos quando p ≤ 0,05. Resultados: Dos 343 pacientes avaliados no período de maio a novembro de 2020, 80,17% foram diagnosticados com COVID-19 e 19,83% negativos para a doença. Os pacientes positivos tinham idade média de 60,32 anos (DP ± 17,17) e a maioria eram homens (60%). Foram observadas comorbidades em 81% dos pacientes infectados. Quanto à tipagem sanguínea ABO nos casos positivos, não foram encontradas diferenças estatísticas entre os grupos analisados (χ2 = 3,24, p = 0,37), sendo 31,8% pacientes positivos do tipo A, 2% do tipo AB, 10,3% do tipo B e 55,9% do tipo O. Em relação a gravidade foi observado que 51,2% dos casos foram considerados graves (UTI entubados), 19,3% considerados moderados (UTI sem entubação) e 29,5% considerados leves (enfermaria), e quanto a mortalidade, 51,6% tiveram alta e 48,4% foram a óbito. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre a relação de gravidade dos pacientes positivos para COVID-19 e o tipo sanguíneo ABO (χ2 = 4,781, p = 0,57). Quando realizada a comparação entre a mortalidade por COVID-19 e a tipagem sanguínea também não foram encontradas diferenças estatísticas (χ2 = 6,088, p = 0,11). Discussão: Recentemente foi sugerida correlação entre o tipo sanguíneo e a infecção por SARS-CoV-2. Alguns estudos apontaram o tipo sanguíneo A como o mais suscetível a infecções graves. Embora tenhamos realizado a determinação da tipagem sanguínea apenas por prova reversa, nossos resultados foram semelhantes ao de outros estudos em que não houve nenhuma relação entre os tipos sanguíneos, gravidade e mortalidade por COVID-19. Conclusão: De acordo com os dados encontrados nessas análises, o tipo sanguíneo ABO não parece estar associado a gravidade e a mortalidade da COVID-19, portanto, o sistema ABO não deve ser considerado como marcador biológico prognóstico para a COVID-19.
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