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O presente artigo convida à reflexão sobre o desvio como método em pesquisas narrativas e (auto)biográficas, a partir das contribuições de Walter Benjamin, por meio da socialização de lampejos de uma viagem errante, vivida em uma pesquisaformação que tematizou as infâncias, na relação com as memórias, as narrativas e os cotidianos escolares. Em um contexto em que a aceleração desenfreada faz com que as experiências sejam cada vez mais esfiapadas, soterradas e dadas como ruínas, o pensamento benjaminiano potencializa o inusitado dos cotidianos que se fazem presentes na vida, na formação, na pesquisa, na produção de conhecimentos em educação. O entrecruzamento dialógico de narrativas (auto)biográficas de múltiplas infâncias, escritas em mônadas, faz emergir potencialidades da racionalidade estética e das relações entre a memória e narração. O texto convida a um voltar-se para as nossas experiências vividas na pesquisa, sempre de novo, com uma alteridade renovada, assim como as crianças fazem cotidianamente em suas relações, em movimentos que subvertem caminhos antes fixados. Ao mesmo tempo que o desvio como método pode parecer um risco, ao nos perdermos, podemos produzir, juntos, conhecimento e (trans)formações preciosas, instituintes, sem pretensão de intencionalidade pautada na racionalidade instrumental. A imersão no cotidiano escolar da educação infantil na companhia das crianças, de Benjamin e da escrita de mônadas apontou, assim, para reflexões que podem nos inspirar no que tanto desejamos, modos outros de habitar a Terra, a escola, a universidade. |