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Mesmo com o alto nível de tecnologia envolvido nos processos e operações que compõem as estações de tratamento de esgoto (ETE), a questão da destinação final dos resíduos sólidos removidos no tratamento preliminar de ETE ainda carece de estudos, tanto em pesquisas quanto em projetos de novas estações; visando, principalmente, a utilização dos subprodutos passíveis de aproveitamento. Apesar de não receber a devida importância, uma vez que a prática comum é o lançamento desse tipo de resíduo em aterros sanitários sem a preocupação com reúso, redução, recuperação e impactos ambientais, atualmente, esse resíduo passou a ser considerado um dos problemas no gerenciamento de estações no que se refere ao manuseio, tratamento e destinação final. Nesse contexto, o presente artigo tem como objetivo demonstrar a potencialidade da utilização da areia residual removida nos desarenadores do tratamento preliminar de estações de tratamento de esgoto, como agregado para argamassa e concreto não estrutural na construção civil. Esta pesquisa tomou como referência a ETE Monjolinho de São Carlos-SP. Os resultados permitiram constatar que a areia residual apresenta elevada porcentagem de sólidos totais fixos (96,1%), alto teor de umidade (17,3%) e densidade expressiva de coliformes totais [média de 3,84 x 107 (100 mL)-1] e fecais [média de 5,22 x 105 (100 mL)-1]. O procedimento de limpeza e secagem da areia utilizada na pesquisa foi eficaz, uma vez que obteve as seguintes eficiências de remoção: cerca de 99,4% de umidade, 69,3% de sólidos totais voláteis e 5 log de E.Coli. Após limpeza e secagem da areia residual, diferentes teores desse material foram utilizados na confecção de corpos de prova, que foram submetidos a ensaios de resistências, lixiviação, solubilização e determinação de absorção de água. De forma comparativa, foram realizados os mesmos ensaios com a areia comercial comum (areia de referência), proporcionando uma análise mais clara e completa do estudo. Diante dos resultados de resistências obtidos e considerando a ideia de utilizar a maior proporção de material residual que seria descartado na ETE, recomenda-se a utilização de até 70% de areia residual como agregado miúdo em argamassas de cimento e cal e concreto magros (não estrutural). Os resultados dos ensaios de lixiviação e solubilização classificaram as argamassas e os concretos preparados com e sem substituição da areia comercial pela areia residual como resíduos classe II A, não perigosos e não inertes. |