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Objetivo: Analisar o perfil dos doadores positivos para sífilis e os resultados dos exames confirmatórios para este marcador. Método: Foram analisadas as doações reagentes ou indeterminadas para Sífilis no Serviço de Hemoterapia do Hospital São Vicente de Paulo, Passo Fundo/RS, no período de janeiro a dezembro de 2019. Os dados foram coletados no sistema e-Delphyn® e fichas dos doadores. A triagem para sífilis foi realizada na metodologia de quimioluminescência (Abbott). Os doadores com resultados positivos foram convocados, via carta, para coleta de nova amostra, que foi novamente testada por quimioluminescência. As amostras que permaneceram positivas, foram encaminhadas para laboratório de apoio, para realização dos testes de VDRL e imunofluorescência indireta/FTA-ABs (IF) IgM e IgG. Resultados: Das 13537 doações no período, 115 (0,85%) apresentaram resultado reagente ou indeterminado para sífilis. Com relação ao perfil dos doadores, 56 (48,7%) eram do sexo masculino e 59 (51,3%) feminino, 56 (48,7%) tinham entre 18 e 30 anos; 39 (33,9%) entre 31 e 50 anos e 20 (17,4%) mais de 50 anos. Quanto ao estado civil, 39 (33,9%) eram casados, 64 (55,6%) solteiros, 12 (10,4%) viúvos ou divorciados. Quanto ao tipo de doação, 36 (31,3%) foram espontâneas e 79 (68,7%) de reposição. Doadores de primeira vez foram 86 (74,8%) e 29 (25,2%) de repetição. Na primeira amostra, foram 103 (89,6%) doadores com resultado reagente e 12 (10,4%) indeterminado. Após convocação, 68 (59,1%) retornaram, destes, 59 (86,8%) permaneceram com resultado reagente, 6 (8,8%) indeterminado e 3 (4,4%) não reagente. Nos testes confirmatórios das amostras reagentes, 23 apresentaram VDRL reagente, 8 com IF IgG e IgM reagentes, 13 com IF IgM não reagente e IgG reagente e 2 com IF IgM indeterminado e IgG reagente. Quanto ao título do VDRL, 15 amostras com títulos entre 1 e 16 e 8 amostras entre 32 e 128. Com VDRL não reagente no confirmatório foram 36 amostras, sendo 30 com IF IgM não reagente e IgG reagente, 5 com IF IgM e IgG não reagentes e 1 com IF IgM indeterminado e IgG reagente. As 6 amostras indeterminadas e as 3 não reagentes na quimioluminescência, apresentaram VDRL e IF IgM e IgG não reagentes. Discussão: Segundo o Hemoprod (2019), a taxa de sorologia para sífilis foi de 0,81% na região Sul, semelhante ao nosso estudo e acima do encontrado em doadores da Fundação Pró-Sangue (0,67%) (Attie et al., 2020). Os testes confirmatórios demonstraram que a maioria dos doadores positivos para sífilis neste estudo apresentavam cicatriz sorológica, característica que se deve à utilização dos testes treponêmicos. A maior taxa de positividade para sífilis foi verificada entre os 18 e 30 anos (48,7%), o mesmo foi reportado por Marca e Weidlich (2016) no Hemovale/RS (42,4%) e por Hames (2020) no Hemosc/SC (52,3%). Esses dados estão de acordo com o Boletim Epidemiológico do MS (2021), que demonstra aumento dos casos de sífilis entre jovens de 20 a 29 anos. A maior taxa de sífilis em solteiros neste estudo (55,6%) é semelhante ao reportado por Attie et al. (2020) e Teles et al. (2021) com 55,6% e 64,3%, respectivamente. Conclusão: O perfil dos doadores e as taxas de positividade para sífilis neste estudo são similares aos encontrados em outros serviços. Destaca-se a maior prevalência deste marcador em jovens solteiros. Estes dados possibilitam conhecer o perfil da população de maior risco, bem como, podem nortear ações de orientação e prevenção de infecções sexualmente transmissíveis. |