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Os afetos sempre tiveram um foco de atenção especial no trabalho de Carl Gustav Jung. Desde sua pesquisa com os estudos de associação de palavras, de onde nasceu a teoria dos complexos, Jung defendeu a importância dos afetos na constituição da psique, especialmente nas manifestações inconscientes. Da mesma forma, Jaak Panksepp, o pai da neurociência afetiva, demonstrou a importância dos sistemas emocionais primários na organização da personalidade dos seres humanos e afirmou que o sucesso dos processos terapêuticos depende da estimulação desses mesmos sistemas. O presente trabalho teve como objetivo traçar um paralelo entre a importância dos afetos dentro da abordagem junguiana e a teoria dos afetos do neurocientista Jaak Panksepp. Os trabalhos de Jung e de Panksepp deram origem a teorias da personalidade. O teste de personalidade Myers-Brigs Type Indicator – MBTI tem como base a psicologia analítica, enquanto Affective Neuroscience Personality Scale – ANPS foi baseada na neurociência afetiva. Ambas as escalas possuem dimensões que podem ser correlacionadas. Além disso, o psiquiatra Iain McGilchrist observou a relação da linguagem simbólica/metafórica com os sistemas emocionais subcorticais do cérebro e com o hemisfério cerebral direito. McGilchrist também observou que esse tipo de linguagem é mais efetiva em ativar os centros emocionais do cérebro do que a linguagem denotativa. Essas convergências entre a psicologia analítica e a neurociência são evidências de que o material simbólico pode fornecer estímulos afetivos benéficos para o desenvolvimento da personalidade, além de influenciar positivamente na efetividade dos processos terapêuticos. |