Popis: |
RESUMO Objetivo: Descreve se uma criança do sexo feminino, com quatro meses de idade, que necessitou de varfarina 0.7 mg/kg/dia (5 mg). Discutem se os fatores de risco clinicamente relevantes para prescrição de altas doses do anticoagulante em crianças. Descrição do caso: Em novembro de 2015, uma criança de 5 kg (36 semanas, pré termo) foi admitida no pronto atendimento por status epilepticus e febre. Diazepam, fenitoína e ceftriaxona foram prescritos inicialmente. A pesquisa no líquor revelou presença de sete leucócitos, 150 mg/dL de proteínas, 1 mg/dL de glucose e cocos Gram positivos. Em tomografia de crânio, foram observados sinais hipodensos em cerebelo, lobo temporal e núcleos de base à esquerda, sugerindo vasculite infecciosa por meningite pneumocócica. Após o quadro agudo da encefalite, a criança desenvolveu uma trombose e necessitou de anticoagulação com enoxaparina e, posteriormente, com varfarina. Dez dias de tratamento com o segundo fármaco foram necessários para atingir relação normalizada internacional (RNI) terapêutica, tendo sido realizados cinco ajustes de dose desde a primeira prescrição de varfarina. Comentários: Os fatores de risco determinantes para necessidade de doses maiores de varfarina foram idade e uso de nutrição enteral. Fenobarbital e prednisona também podem ter contribuído para o uso de uma das maiores doses de varfarina já relatadas na literatura. A despeito da importância dos testes de polimorfismo genético, os pediatras devem estar atentos para identificar os fatores que contribuem para a prescrição de maiores doses de varfarina, de forma a minimizar os riscos de trombose, reduzindo os custos com internação e exames laboratoriais. |