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O presente artigo parte da discussão sobre o pós-humano que vem crescendo ao longo dos últimos trinta anos, destacando especialmente a década de noventa quando pesquisadores do cenário internacional e nacional ampliaram o debate, a partir das hibridações entre o corpo e as inovações tecnológicas. Esta temática também vem sendo apresentada de distintas formas na literatura, como no clássico Frankenstein de Mary Shelley (1818); e na linguagem audiovisual com animações, histórias em quadrinhos, filmes e narrativas seriadas televisivas. É nesse contexto que se insere este artigo que, partindo da questão o que é ser pós-humano na sociedade contemporânea, dialoga com as produções fílmicas e séries televisivas, especialmente analisando a série Westworld, transmitida pelo canal HBO, desde o ano de 2016. O nosso objetivo é, tomando como referência a trama dessa série, discutir e refletir sobre a linha tênue que nos separa dos androides em uma sociedade em que, de certa forma, todos nós estamos nos tornando pós-humanos. Os resultados da análise estabelecendo relações entre a narrativa da série indicada e o contexto da sociedade contemporânea, especialmente os relacionados com espaços de aprendizagem escolar e acadêmico, apontam preocupações relacionadas com temas emergentes como vigilância, acesso indevido e antiético aos dados gerados e armazenados a partir de algoritmos, a interface homem/máquina, ações invasivas mediadas pelas tecnologias que são acopladas para potencializar funções cognitivas e, por fim, a questão da violência que tem retornado neste atual contexto mediado pelo medo. Embora os resultados não pareçam alvissareiros, destacamos que a emergência de novas formas de hibridação que favorecem a (re)construção do pós-humano nos permite explorar universos inusitados, potencializando novas formas de viver, aprender e amar na sociedade contemporânea, indo além de extensões e próteses para fundamentar práticas criativas e inovadoras, especialmente no cenário escolar e acadêmico. |