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Introdução: Nos EEUU, estima-se transfusões em 11 milhões de unidades de concentradode hemácias, 2,5 milhões de plaquetas, 2,2 milhões de bolsas de plasma e 1,2 milhões decrioprecipitados ao ano. Embora não dispondo de dados no Brasil, pode-se inferir que aordem de grandeza seja semelhante. Dentro deste contexto, a doação de sangue é atohumano, crucial para a prática médica e consequente busca de recuperação de pacientesem suas mais diversas comorbidades. O ato de doação não pode ser recompensadofinanceiramente em nosso país, dependendo apenas de empatia e boa vontade , por nãohaver substituto para sangue humano só podendo conseguí-lo através da doaçãovoluntária. Em nosso Hemocentro estima-se perda mensal de cerca de 25% de doadoresdevido a aferição de hemoglobina capilar estar acima de 18 g/dL, caracterizandopoliglobulia. Este achado demanda avaliação em dois braços principais: a) poliglobuliaclonal, causada por mutação genética estabelecida, caracterizando hemopatia primária(Policitemia Vera); b) secundária, relacionada a condição comórbida (ex: Tabagismo, DPOC, SAHOS, Cistos renais e hepáticos, leiomiomas, etc.) ou dependente do grau de hidratação(suficiente vs insuficiente), quando o doador está desidratado. Isto leva a reduzido volumeplasmático, que culmina em aparente aumento dos valores numéricos de hematócrito ehemoglobina, consideradas as unidades em volume plasmático de plasma (Ht%) ehemácias (/mm 3 ) em ambas as aferições. Este trabalho buscou avaliar este segundo grupode pacientes tomados como poliglobúlicos, de forma a propor intervenção simples eacessível, como hidratação oral para reversão do achado eritrométrico que dispensavapotenciais doadores e consequente perda da doação. Objetivo: Relatar recuperação dedoadores anteriormente rejeitados e aprovados após hidratação oral, no Hemocentro HC-FMB-UNESP. Método: Através de duas aferições iniciais de Hb capilar maior que 18 g/dL,instituíu-se o seguinte protocolo: 3 a 4 copos de água aguardando-se 30 minutos deintervalo, seguido de nova aferição de Hb capilar. Se o valor de Hb se mantivesse apóshidratação, ao paciente seria negada a realização da doação; porém se o valor diminuisseabaixo de 18 g/dL, o doador seria liberado para doação. Foram acompanhadas as doaçõesdo período de julho de 2023 a maio de 2024. Resultados: Nos meses de Julho, Agosto eSetembro/2023 obteve-se recuperação de cerca de 40% dos doadores após a hidrataçãooral. De Outubro a Dezembro/2023 a recuperação foi de cerca de 50% dos doadores; emJaneiro/2024 foi de 70% dos doadores, seguido de 40% em Fevereiro, e de 70% em Marçodo mesmo ano. Em Abril registrou-se 50% de doadores aptos à doação após hidratação,fechando o período em maio com 35% de recaptação. No período analisado, a média derecuperação foi de 49,5%, resultando em um ganho de n = 103 bolsas de sangue, que nãoseriam coletadas, caso não houvesse sido implementada esta intervenção. Conclusão: Anecessidade de se criar estratégias que diminuam a perda de doações de bolsas de sangue– as quais constituem em terapia utilizada para procedimentos decisivos e que mudam ocurso evolutivo de muitos pacientes, se faz necessária, considerando-se a frequência comque se prescreve transfusões de sangue. Desta forma, o presente projeto buscou criarestratégia simples, barata e efetiva para recuperar potenciais doadores no Hemocentro deBotucatu e que se mostrou efetiva e eficaz. |