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O artigo tem como corpus principal as memórias do jornalista Flávio Tavares, intituladas Memórias do esquecimento (1999), nas quais o autor relembra os momentos em que foi preso por ter participado da resistência ao regime militar no Brasil. A abordagem metodológica foi essencialmente bibliográfi ca e o objetivo geral foi o de compreender as memórias de Tavares do ponto de vista da denúncia das torturas sofridas durante a ditadura militar brasileira, como exemplo da literatura testemunhal contemporânea. Tendo sido incluído na lista de quinze prisioneiros políticos libertados em troca do embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick em 1969, o relato alterna, na sequência dos capítulos, cenas relativas à sua prisão, às mortes de companheiros da guerrilha e às sessões de tortura nos porões da ditadura, com o exílio no México após sua libertação. Além de suas memórias, a análise traz a leitura de outros dois volumes de reminiscências políticas do escritor: O dia em que Getúlio matou Allende e outras novelas do poder (2004); e 1961 – O golpe derrotado: Luzes e sombras do Movimento da Legalidade (2011). A abordagem tem como aporte teórico os conceitos de Lejeune (2008), bem como a discussão daquilo que se convencionou chamar de “literatura do trauma” (SELIGMANN-SILVA, 2003). |