INFLUÊNCIA DO RECEPTOR TREM-1 NA MODULAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE NA ANEMIA FALCIFORME: CONHECIMENTOS ATUAIS

Autor: MCB Façanha, WCC Silva, GAS Soares, JM Magalhães, AMA Marie
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2024
Předmět:
Zdroj: Hematology, Transfusion and Cell Therapy, Vol 46, Iss , Pp S54-S55 (2024)
Druh dokumentu: article
ISSN: 2531-1379
DOI: 10.1016/j.htct.2024.09.090
Popis: Introdução: A Anemia Falciforme (AF) é uma condição genética complexa que leva a estados crônicos de estresse oxidativo, inflamação sistêmica e lesão por isquemia-reperfusão, resultando em danos aos tecidos e órgãos. Durante crises de dor aguda na AF, as células danificadas liberam passivamente a proteína HMGB1 (High Mobility Group Box 1), que atua como um padrão molecular associado ao dano (DAMP), ativando receptores da imunidade inata, como o Receptor Desencadeador Expresso em Células Mieloides-1 (TREM-1). Neste contexto, TREM-1 atua como amplificador da resposta imune inata, agindo sinergicamente com receptores TLRs e NLRs, enquanto sua forma solúvel (sTREM-1) tem sido apontada como um potencial biomarcador inflamatório. Estudos mostraram que níveis circulantes de sTREM-1 estão elevados em condições inflamatórias, como obesidade, doenças reumáticas e durante isquemia-reperfusão. No entanto, poucos trabalhos avaliaram a participação de TREM- 1 na resposta imune na AF, justificando a necessidade de investigações futuras. Hipotetizamos que a ativação de TREM-1 por HMGB1 leva à ativação do fator de transcrição NF-kB, resultando na produção de mediadores inflamatórios e contribuindo para episódios vaso-oclusivos na AF. Objetivos: Analisar estudos sobre o papel do receptor TREM-1 e sua importância na modulação da resposta imune inata na anemia falciforme. Metodologia: Esta revisão narrativa utilizou as principais bases de dados eletrônicas, como “PubMed”, “Google Acadêmico” e “Lilacs”, no período de 2015 a 2023 para garantir a inclusão dos estudos mais recentes e relevantes sobre o tema. Foram utilizados termos de busca como “TREM-1”, “Anemia Falciforme”, “HMGB1” e “Inflamação Crônica” e apenas análises originais em inglês foram incluídas. Resultados: Dos 30 artigos científicos revisados, 12 destacaram a ativação de TREM-1 por HMGB1, sendo este um dos principais ligantes e ativadores da via TREM-1 em doenças inflamatórias crônicas. Esses achados ressaltam a necessidade de mais estudos sobre TREM-1 na AF para a compreensão de sua influência na doença. Discussão: Os estudos evidenciaram que HMGB1 pode atuar como um ligante de TREM-1 ativando a sinalização da via em diversos tipos celulares, resultando na ativação do NF-kB regulando genes que codificam citocinas e quimiocinas pró-inflamatórios como IL-6, TNF-α e IL-1β. Na inflamação estéril, os níveis aumentados de HMGB1 por necrose e dano celular desencadeiam respostas inflamatórias mediadas por TLR4 e amplificadas por TREM-1. Isso resulta em aumento da permeabilidade vascular, recrutamento de neutrófilos e células mononucleares, e prejuízo na vasodilatação, promovendo morte celular por apoptose. Além disso, HMGB1 contribui significativamente para a inflamação e trombose na anemia falciforme, ativando inflamassoma NLRP3 em plaquetas. Conclusão: TREM-1 desempenha um papel crucial como um possível modulador da resposta imunológica em condições de inflamação crônica, sendo ativado por HMGB1. Tanto TREM-1 quanto HMGB1 estão significativamente elevados em estados inflamatórios crônicos e podem piorar clinicamente a AF, especialmente durante crises vaso-oclusivas. Como perspectivas futuras, estudos e ensaios clínicos que visem inibir/bloquear a via TREM-1, são necessários para confirmar esses achados e desenvolver novas estratégias terapêuticas promissoras na redução da inflamação e danos teciduais na AF.
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