A Perturbação do Espetro do Autismo na Primeira Infância: O Modelo do Centro de Estudos do Bebé e da Criança de Avaliação Diagnóstica e Intervenção Terapêutica

Autor: Cristina Martins Halpern, Pedro Caldeira da Silva, Diana Costa, Maria João Nascimento, Joana Mesquita Reis, Maria Teresa Martins, Berta Pinto Ferreira, Isabel Santos, Lília Carvalho, Madalena Paiva Gomes, Manuela Martins, Maria João Pimentel, Patrícia Lopes, Paula Silva, Rita Rapazote, Sílvia Catarino, Susana Aires Pereira, Susana Pereira, Sílvia Afonso
Jazyk: English<br />Portuguese
Rok vydání: 2021
Předmět:
Zdroj: Acta Médica Portuguesa, Vol 34, Iss 10 (2021)
Druh dokumentu: article
ISSN: 0870-399X
1646-0758
DOI: 10.20344/amp.13397
Popis: Introdução: O Centro de Estudos do Bebé e da Criança do Hospital Dona Estefânia desenvolveu um modelo multidisciplinar de atuação na suspeita de perturbação do espetro do autismo na primeira infância, aplicando a recente norma da Direção Geral da Saúde. Pretende-se descrever a sua apresentação e casuística. Material e Métodos: Estudo retrospetivo descritivo da série de crianças(< 3 anos), observadas por suspeita de perturbação do espetro do autismo, entre janeiro de 2018 e setembro de 2019, segundo este modelo e a classificação DC:0-5TM. Resultados: Foram observadas 178 crianças. A idade média da primeira consulta foi de 27 meses. Do total de crianças observadas, 116 concluíram as sessões diagnósticas (diagnóstico eixo I): perturbação do espetro do autismo/ perturbação do espetro do autismo atípica precoce (36%), perturbação do desenvolvimento da linguagem (18%), outros(19%). Em 26% dos casos, o quadro foi atribuído a fatores classificados em outros eixos. Discussão: O diagnóstico de perturbação do espetro do autismo foi colocado em 36%, demonstrando o desafio diagnóstico das perturbações do neurodesenvolvimento na primeira infância. A casuística demonstra ainda que as características da relação com o cuidador (eixo II), a presença de condições físicas (eixo III), fatores de stress psicossociais (eixo IV) e a trajetória de desenvolvimento (eixo V) têm um impacto clínico significativo. É desejável a antecipação da idade de sinalização pelo impacto no prognóstico. Conclusão: Este modelo é pioneiro em Portugal ao propor uma atuação conjunta de duas especialidades na primeira infância: pedopsiquiatria e neuropediatria/pediatria desenvolvimento. Este modelo de atuação melhora a acuidade diagnóstica e permite a intervenção terapêutica precoce.
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