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Introdução/Objetivo: No Brasil, a vacina BCG (Bacilo Calmette-Guérin) é preconizada pelo Programa Nacional de Imunizações após o nascimento, sendo a principal forma de combate à tuberculose grave em crianças menores de 5 anos. Com o advento da COVID-19, o Brasil registrou um aumento no número de óbitos por tuberculose pela primeira vez em uma década. Tal fato pode, entre outras causas, ser reflexo da diminuição da cobertura vacinal de BCG no país. Diante disso, nosso estudo se propõe a analisar comparativamente o perfil da cobertura vacinal dos imunizantes BCG entre as capitais do Brasil entre os anos de 2018-2022. Métodos: Trata-se de um estudo ecológico com dados extraídos do TABNET/DATASUS, coletados em maio de 2023, referente à cobertura vacinal dos imunizantes BCG nas capitais brasileiras no período de 2018-2022. Os dados foram tabulados no Excel 2019, onde foi realizado o cálculo de percentual de variação da cobertura vacinal no período estudado. Resultados: Analisando comparativamente os anos de 2018-2019, nota-se uma tendência decrescente na imunização para BCG em algumas capitais como São Luís (-57,8%), Cuiabá (-75,2%) e Florianópolis (-86,44%). Em 2020, se comparado a 2018, percebe-se uma redução da cobertura nas capitais: São Paulo (-36,52%), Recife (-46,87%) e Campo Grande (-83,17%). Em 2021, a cobertura vacinal diminuiu na maioria das capitais, em comparação a 2018, como em Salvador (-24,22%), Porto Velho (-34,69%), com destaque para Florianópolis (-95,6%). Em 2022, nota-se um aumento na maioria das capitais, comparado a 2021, como Rio de Janeiro (+19,85%), Aracaju (+85,1%) e São Luís (+144,16%). No ano de 2022, a cobertura de Salvador manteve-se em queda (24,4%) quando comparado a 2021. No período estudado, Brasília, Porto Alegre e Manaus não tiveram variações expressivas nas taxas de coberturas vacinais da BCG. Conclusão: A cobertura vacinal de BCG entre 2018-2022, apesar de não reduzir em algumas capitais, seguiu uma tendência de declínio na maioria das capitais brasileiras, principalmente em 2020-2021 (período que coincide com a pandemia de COVID-19), com destaque para Florianópolis, com a menor cobertura vacinal. A cobertura tende a aumentar nos próximos anos, visto que, em 2022, muitas capitais tiveram um salto importante, como em São Luís. Infere-se que a pandemia como fator contribuinte para a queda na adesão à vacinação para BCG, e que o incentivo à imunização é fundamental para que bons índices de saúde pública sejam alcançados. |