DESFECHOS DE PACIENTES PORTADORES DE DOENÇAS LINFOPROLIFERATIVAS INFECTADOS COM COVID-19

Autor: CP Marques, CCP Feres, L Arcuri, LLC Teixeira, GF Perini, LFS Dias, JZMD Nascimento, NF Centuriao, CLM Pereira, N Hamerschlak
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2021
Předmět:
Zdroj: Hematology, Transfusion and Cell Therapy, Vol 43, Iss , Pp S532-S533 (2021)
Druh dokumentu: article
ISSN: 2531-1379
DOI: 10.1016/j.htct.2021.10.919
Popis: Introdução: A pandemia pelo SARS-CoV-2 (COVID-19) vem desafiando a comunidade científica e os serviços de saúde, superando mais de 4 milhões de mortos no mundo. A idade avançada e a presença de comorbidades cardiovasculares são relacionadas a maior mortalidade em relação a população geral, podendo atingir 15% dos casos infectados. Pacientes onco-hematológicos, devido a doença de base e ao seu tratamento, possuem comprometimento do sistema imune por período de tempo prolongado, o que os torna mais suceptiveis a infecções. A infecção pelo COVID-19 nesse grupo de pacientes tem demonstrado piores desfechos. Nesta série de casos avaliamos os desfechos de pacientes portadores de doenças linfoproliferativas diagnosticados com COVID-19 de Fevereiro de 2020 a Agosto de 2021 em duas instituições de São Paulo. Objetivo: Descrever os desfechos de pacientes com COVID-19 em pacientes com doenças linfoproliferativas. Métodos: Estudo multicêntrico, observacional e retrospectivo. Os dados foram obtidos através do prontuário eletrônico. Os critérios de inclusão foram diagnóstico de doença linfoproliferativa e infecção por COVID-19 confirmada através de teste RT-PCR em pacientes sintomáticos realizados nos centros participantes. Resultados: Em um tempo mediano de seguimento de 399 dias foram incluídos 41 pacientes com mediana de idade de 59 anos (DP 16,8). A maior parte dos pacientes eram portadores de linfoma difuso de grandes células B (LDGCB), representando 24% da amostra, seguidos por linfoma folicular (17%) e linfoma de Hodgkin (17%). Em relação as comorbidades, 9 (22%) pacientes diabéticos, 17 (41%) hipertensos e 9 (22%) obesos. A taxa de admissão hospitalar foi de 75% e, mais da metade dos pacientes foram admitidos em unidade de terapia intensiva (UTI). Metade dos pacientes necessitaram de suporte ventilatório sendo, 15% dos pacientes com ventilação mecânica e outros 35% com cateter nasal de oxigênio. A prevalência de eventos trombóticos foi de 17%. Em relação ao tratamento quimioterápico 85% dos pacientes dessa amostra estava em vigência de tratamento quimioterápico no momento da infecção pelo Covid-19, no entando na análise univariada não houve diferença estataisticamente significativa de mortalidade entre o grupo de pacientes que estavam em tratamento quimioterápico e os que não estavam (HR 1,18; IC 0,26-5,33; p = 0,83). A taxa de sobrevida global em 100 dias foi de 66% (IC95 53-83%). Discussão: A mortalidade de pacientes hematológicos com infecção pelo COVID-19 é superior a população geral e foi estimada em 34% dos casos na metanalise publicada por Vijenthira et all. Em um estudo multicêntrico realizado na Alemanha a mortalidade em pacientes hospitalizados sem antecedente de neoplasias foi em torno de 22%. A ausência do aumento da mortalidade em pacientes com exposição recente a tratamento quimio-imunoterápico é condizente com dados apresentados em literatura, no entando não há estudos prospectivos publicados que exaltem esses achados. A idade superior a 60 anos foi o fator de maior impacto na mortalidade dos pacientes com doenças onco-hematológicos de acordo dados de literatura e em nosso estudo esse dado não foi estatisticamente significante possivelmente devido a uma mediana de idade menor que 60 anos da amostra. É importante ressaltar que esse é um estudo retrospectivo, porém que reafirma o pior desfecho clínico dos pacientes com doença onco-hematológicos com infecção pelo COVID-19.
Databáze: Directory of Open Access Journals