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RESUMO Este ensaio versa sobre a problemática de como pensar os eventos políticos na contemporaneidade, com ênfase no questionamento da ação política para além dos padrões da racionalidade e da formação histórica moderno-ocidental. O ponto de partida são os escritos de Hannah Arendt compilados na obra “Entre o passado e o futuro”, capazes de indicar o espaço de reflexão política e os contornos da formação do legítimo na atualidade. O questionamento proposto não se limita a constatação de que a crise recente na formação da história ocidental traduz a diluição dos preceitos modernos, visto que apesar da decadência desses valores, paradoxalmente continuam sendo utilizados para justificar o ideal universalista de progresso e a distinção do legítimo no cenário político atual. A leitura feita, então, é de que persiste o ideal civilizatório do projeto racionalista moderno, pois em que pese às categorias modernas consolidadas serem incapazes de explicar a lógica das práticas políticas atuais, são utilizadas como alicerce justificador da política e do exercício de poder soberano. Nesse sentido, é possível questionar os eventos políticos da atualidade em meio à linearidade histórica do ocidente. A proposta deste ensaio, portanto, é de que a crise dos valores modernos não afastou a afirmação de autoridade soberana, nem comprometeu a crescente dominação ocidental nos eventos políticos. Aos quais, ainda, movimenta-se no entretempo e incorpora-se na história. PALAVRAS-CHAVE: Filosofia Política; Ocidente; Hannah Arendt. ABSTRACT This essay discuss the way of thinking about political events in contemporaneity with emphasis on stretching the question of political action beyond the traditional standards of Western history. The starting point are the writings of Hannah Arendt compiled in the book "Between the past and the future" able to indicate the contour of politics reflection and the formation of legitimacy nowadays. The inference proposes that the gap in the formation of recent Western history reveals the dilution of modern precepts. But, although it is patent the decay of these values, paradoxically, they are used to justify the universalist ideal of progress and legitimate distinction in our current political scenario. So the political debate persists with the civilizing ideal of modernity despite being unable to reveal what lays in the structural logic of political practices. In this sense, one must question the humanitarian justification of current political events on historical Western linearity. The hypotheses of this essay is that the crisis of modern values is not inconsistent with the implementation of authority or committed growing Western domination of contemporary political events. Which also moves in between time and is incorporated in history. KEYWORDS: Political Philosophy; Occident; Hannah Arendt. |