Antiparkinsoniano no tratamento de sequelas neurológicas por cinomose: Antiparkinsoniano para tratamento de sequelas neurológicas causadas pela cinomose

Autor: Almeida Oliveira, Mariana, Henrique Ronchi, Pedro, Henrique Dufloth Gutschow, Gabriel, Andrei Martinez-Pereira, Malcon
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2023
Zdroj: Acta Scientiae Veterinariae; Vol. 51 (2023): CASE REPORTS (SUPPLEMENT)
Acta Scientiae Veterinariae; v. 51 (2023): CASE REPORTS (SUPPLEMENT)
ISSN: 1679-9216
Popis: Background: Canine distemper (CD) is a highly contagious viral disease caused by the canine distemper virus (CDV). In dogs, CDV infection is characterized by the presentation of systemic and/or neurological signs with viral persistence in some organs, including the central nervous system (CNS). Neurological damages resulting from CD are a defiance for veterinarians, due to occasioned clinical sequels that influence the patient quality of life. The treatment of sequelae should seek to promote the resolution or decrease of the deleterious effects that impede the patient independence. Thus, the present report aims to describe the action of antiparkinsonian medication (levodopa associated with carbidopa) administered to 3 dogs who presented neurological sequels resulting from the canine distemper. Cases: Dog 1. A 9-month-old male mixed breed; Dog 2. A 6-month-old male Shih Tzu. Dog 3. A 6-month-old bitch mixed breed. All animals were referred for neurological care because presented neurological damages after distemper involvement. Only the Dog 2 was vaccinated to CD. Dog 1 (mixed male) had severe myoclonus, lack of proprioception, decreased of muscle tonus and paralysis in both pelvic limbs, associated with a marked thoracolumbar kyphosis. Dog 2 (a puppy Shih Tzu male) presented myoclonus in PL, proprioceptive loss in thoracic and pelvic limbs, absence of withdrawal reflex in thoracic and pelvic limbs, decrease in muscle tonus in pelvic limb and increase in thoracic limb. Dog 3 (adult unneutered bitch) presented intense myoclonus, absence of proprioception, decrease in muscle tonus and paresis of pelvic limb. All patients were treated with antiparkinsonian medication (levodopa 250 mg associated with carbidopa 25 mg) with following dosages: Dog 1 received a commercially available tablet, orally once a day for 30 days, while Dogs 2 and 3 had doses calculated by extrapolation allometric. For the Dog 2 it was prescribed 0.25 mg of levodopa and 0.025 mg of carbidopa daily for 30 days. Dog 3 was treated with 1 mg of levodopa and 0.1 mg of carbidopa patient day for the same period. Thirty days after starting the treatment, the 3 patients were evaluated again, and showed improvement of the motor signs, and the treatment was maintained. At the next return (30 days): Dog 1 showed significant improvement, however, Dog 2 started to present epileptic seizures and nystagmus that were treated with levetiracetam, while the Dog 3 not returned. As Dog 1 had a better prognosis, treatment was maintained for 1 year, with the frequency being changed from 24 h x 24 h to 48 h x 48 h after 30 days and 72x72 h after another 30 days. Unfortunately, Dog 2 had a worsening of epileptic condition and died, while Dog 3 died by road-kill. Discussion: The cases reported are uncommon, because not exist information about the use of antiparksonian to treatment of neurological damages occasioned by canine distemper. Although there are emerging therapies, such as the use of mesenchymal stem cells, that can reduce these sequels, the access is still restricted to a few professionals. Thus, the use of medications for demyelinating diseases, as antiparkinsonian, may be an alternative. In fact, the three reported patients showed recovery of the motor and sensorial damages observed, which corroborates with the possibility of a new treatment using antiparkinsonian or other drugs to demyelinating diseases. Keywords: antiparkinsonian, distemper viroses, neurology, dogs. Descritores: antiparkinsoniano, cinomose, neurologia, cães.
Introdução: Danos neurológicos decorrentes da cinomose são um desafio para os veterinários, devido ocasionarem sequelas clinicas que influenciam na qualidade de vida dos pacientes. O tratamento destas sequelas deve buscar promover a resolução ou diminuição dos efeitos deletérios que impedem a independência do paciente. Assim, o presente relato tem como objetivo descrever a ação da medicação antiparkinsoniana (levodopa associada à carbidopa) administrada a três pacientes caninos que apresentaram sequelas neurológicas decorrentes da cinomose. Casos: Três cães: um macho, sem raça definida, 9 meses de idade, um macho Shih Tzu, com 6 meses de idade e uma fêmea sem raça definida, com 8 anos de idade, foram encaminhados para atendimento neurológico por apresentarem danos neurológicos após o acometimento da cinomose. O Cão 1 apresentou mioclonia severa, falta de propriocepção, diminuição do tônus muscular e paralisia em ambos os membros pélvicos (MP), associada a uma acentuada cifose toracolombar, enquanto o Cão 2 apresentou mioclonia em MP, perda proprioceptiva em membro torácico (MT) e PL, ausência de reflexo de retirada em MT e MP, diminuição do tônus muscular em MP e aumento em MT, já o Cão 3 apresentou mioclonia intensa, ausência de propriocepção, diminuição do tônus muscular e paresia de MP. Todos os pacientes foram tratados com medicação antiparkinsoniana (levodopa 250mg + carbidopa 25mg) nas dosagens: O cão 1 recebeu um comprimido comercialmente disponível, via oral, uma vez ao dia por 30 dias, enquanto os cães 2 e 3 tiveram doses calculadas por extrapolação alométrica, sendo 0,25 mg animal de levodopa e 0,025 mg animal de carbidopa, e 1 mg paciente de levodopa e 0,1 mg paciente de carbidopa por 30 dias, respectivamente. 30 dias após o início do tratamento todos foram reavaliados e apresentaram melhora dos sinais motores, sendo mantido o tratamento. No retorno seguinte, 30 dias, o Cão 1 apresentou melhora significativa, porém, o Cão 2 passou a apresentar crises epilépticas e nistagmo que foram tratados, enquanto o Cão 3 não retornou. Como o Cão 1 apresentou melhor prognóstico, o tratamento foi mantido por um ano, sendo a frequência alterada de 24x24h para 48x48h após 30 dias e 72x72h após mais 30 dias. Infelizmente, o cão 2 teve um agravamento da condição epilética e morreu, enquanto o cão 3 morreu por atropelamento. Discussão: Os casos relatados são incomuns, pois não existem informações sobre o uso de antiparksonianos para tratamento de danos neurológicos ocasionados pela cinomose. Embora existam terapias emergentes, como o uso de células-tronco mesenquimais, que podem reduzir essas sequelas, o acesso ainda é restrito a poucos profissionais. Assim, o uso de medicamentos para doenças desmielinizantes, como os antiparkinsonianos, pode ser uma alternativa. De fato, os três pacientes relatados apresentaram recuperação dos danos motores e sensoriais observados, o que corrobora com a possibilidade de um novo tratamento com antiparkinsonianos ou outros medicamentos para doenças desmielinizantes.  
Databáze: OpenAIRE