De l’archéologie du savoir aux archives coloniales. L’archive comme dispositif colonial de violence épistémique

Autor: Irrera, Orazio
Jazyk: francouzština
Rok vydání: 2021
Předmět:
Zdroj: Práticas da História. Journal on Theory, Historiography and Uses of the Past; No. 3 (2016); 51-70
Práticas da História. Journal on Theory, Historiography and Uses of the Past; N.º 3 (2016); 51-70
ISSN: 2183-590X
Popis: In this article we will problematise the archive as a place of intersection of epistemological and juridico-political matrices, and show how it has characterised European modernity and its project of colonial expansion into non-European worlds. Initially, the focus will be on how the archive relates to the processes of knowledge extraction and recording to enable certain forms of government. On this background, we will then problematise the colonial archive in its specificity, analysing its relationship with the forms of epistemic violence that are interwoven within it from two different perspectives: the first is that the colonial archive in itself remains inaccessible through a gesture of silence that nevertheless has considerable effects on the status of the archive itself. The second focuses on the ways in which colonial archives constantly display an anguish about the lack of correspondence between the plans of colonial governmentality and its conceptual achievements, and the turmoil that this causes in relation to any attempt to establish racial and sexual identity.
Dans cet article il sera question de problématiser l’archive comme lieu d’intersection de matrices épistémologiques et de matrices juridico-politiques, et de montrer la manière dont il a caractérisé la modernité européenne et son projet d’expansion coloniale dans des mondes extra-européens. En un premier temps on se focalisera sur la manière dont l’archive se lie aux processus d’extraction et enregistrement des savoirs pour permettre certaines formes de gouvernement. Sur cet arrière-plan, ensuite, on problématisera l’archive coloniale prise dans son spécificité, en analysant ses rapports avec les formes de violence épistémique qui y sont entremêlées à partir deux perspectives différentes : la première porte sur ce que dans les archives coloniales demeure en soi inaccessible par un geste de mise sous silence qui néanmoins produit des effets considérables sur le statut des archives elles-mêmes. La seconde se concentre sur les manières dont les archives coloniales témoignent constamment d’une angoisse liée à un manque de correspondance entre les plans de la gouvernementalité coloniale et ses réalisations con- crètes ainsi qu’aux troubles que cet écart engendre par rapport à toute tentative de fixer une identité raciale et sexuelle.
Neste artigo procuraremos problematizar o arquivo como lugar de cruzamento de matrizes epistemológicas e jurídico-políticas, bem como mostrar como o arquivo tem caracterizado a modernidade europeia e o seu projecto de expansão colonial nos mundos extra-europeus. Num primeiro momento, concentrar-nos-emos no modo como o arquivo se liga aos processos de extracção e registo de saberes, para permitir certas formas de governo. Sobre esse pano de fundo, problematizaremos de seguida o arquivo colonial tomado na sua especificidade, analisando as suas relações com as formas de violência epistémica que estão ligadas a partir de duas perspectivas diferentes: a primeira debruça-se sobre o que nos arquivos coloniais permanece em si mesmo inacessível, por um gesto de silenciamento que, no entanto, produz efeitos signifi- cativos sobre o estado dos próprios arquivos. A segunda concentra-se nas formas como os arquivos coloniais reflectem constantemente uma ansiedade relacionada com uma incompatibilidade entre os planos de governamentalidade colonial e as suas realizações concretas, assim como os problemas que esta lacuna gera em relação a qualquer tentativa de fixar uma identidade racial e sexual.
Databáze: OpenAIRE