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O objetivo deste estudo foi diagnosticar o conhecimento da etnia sateré-mawé do Andirá - Barreirinha/Am sobre os crustáceos decápodos, identificando usos e costumes e as terminologias utilizadas para os animais. A região amazônica, devido a diversidade de etnias presentes, é um polo riquíssimo e pouco explorado desse tipo de conhecimento. Os Sateré-Mawé fazem parte de uma etnia indígena que habita a floresta tropical, principalmente, entre os estados do Amazonas e Pará. Integra a família linguística tupi-guarani e, atualmente, nota-se a perda do intercâmbio dos saberes tradicionais por parte das novas gerações. A etnia possui cerca de 8.373 indígenas, 5.510 dos quais falam a língua Sateré-Mawé, 2.992 que leem e 2.980 que a leem e escrevem. Para a obtenção dos dados de interesse, foram realizadas entrevistas com perguntas que tratavam da nomenclatura utilizada para a identificação de camarões e caranguejos, sobre o conhecimento das regiões corporais, do uso dessas espécies como alimento, sobre predação, importância ecológica e sobre os conhecimentos populares relacionados a esses animais. Foram entrevistados 10 indígenas entre adolescentes e adultos. Os resultados obtidos comprovam a existência de um considerável conhecimento dos sateré-mawés sobre os crustáceos decápodos, desde as regiões corporais até aspectos da sua bio-ecologia. Em seu dialeto, são chamados de Pohiã (camarão) e Akát’a (caranguejo). Nota-se, principalmente, nas entrevistas das pessoas com mais idade, que esses crustáceos apresentam crenças relacionadas com curas de enfermidades, sorte e comportamento dos humanos, o que não foi encontrado nas entrevistas dos mais jovens da etnia, nos quais percebe-se uma perda considerável do conhecimento tradicional, desde o dialeto até os usos e costumes. Fato que, provavelmente, está relacionado a inserção das ferramentas tecnológicas dentro da aldeia, muitos não tem mais o habito de pescar e estão perdendo ou já perderam a fluência no dialeto Sateré-Mawé. |