QUEM FAZ E ONDE ESTÁ A PRODUÇÃO ACADÊMICA ETNOBOTÂNICA EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS DA MATA ATLÂNTICA?

Autor: de Morais, Bianca Pinto, Gonçalves, Maiara Cristina, Hanazaki, Natalia
Přispěvatelé: Universidade Federal de Santa Catarina, CNPq, CAPES
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2023
Předmět:
Zdroj: Ethnoscientia-Brazilian Journal of Ethnobiology and Ethnoecology; v. 8, n. 1 (2023): Ethnoscientia, v.8, n.1 (2023); 52-69
ISSN: 2448-1998
Popis: O objetivo deste trabalho foi apresentar os principais aspectos da pesquisa etnobotânica em quilombos da Mata Atlântica a partir de uma perspectiva étnico-racial. O desenvolvimento de pesquisas etnobotânicas brasileiras tem apresentado importantes avanços nas últimas décadas tanto em relação à diversidade de publicações como também em relação às questões éticas; neste sentido, o questionamento sobre o racismo institucional na pesquisa etnobotânica busca discutir questões sociais latentes em nossa sociedade que refletem também nas relações entre pesquisadores e colaboradores durante o desenvolvimento da pesquisa e que se apoiam no mito da identidade coletiva nacional e da neutralidade científica. A partir de uma revisão sistemática em bases indexadas (Scopus e Web of Science), foram padronizados dados oriundos de 89 estudos publicados entre 1988 e 2020, compreendendo mais de 1000 entradas de informações que, após filtragens por repetições e inconsistências, resultaram numa compilação de 15 artigos publicados sobre usos de 380 espécies de plantas. As principais categorias citadas foram medicinais e alimentícias. Nove pessoas autoras responderam a um questionário online, com perguntas sobre seu perfil pessoal e sobre as motivações para o desenvolvimento do estudo em comunidades remanescentes de quilombos. Os estudos confirmam a enorme diversidade de espécies e de usos pelas comunidades quilombolas, contudo também indicam hegemonia das pessoas que produzem o conhecimento científico, realizado por mulheres em sua maioria branca demonstrando a importância das discussões sobre gênero e branquitude nas pesquisas etnobotânicas.
Databáze: OpenAIRE