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O presente artigo procura analisar o surgimento da fenomenologia como tentativa de superação de uma crise de identidade que se encontrava nas estruturas da filosofia, resultado do desgaste do idealismo hegeliano e emancipação das ciências positivas do início do século XIX. Procura-se também mostrar como Husserl dialoga com a tendência psicologista, a qual, durante o citado período considerou-se como fundamento suficiente para a compreensão do conhecimento. A proposta husserliana de reabilitação da Filosofia, através da fenomenologia, consiste em elevá-la ao patamar da rigorosidade, com intuito de torná-la fundamento das demais ciências. Segundo Husserl as ciências positivas não são capazes de autofundamentação. Para tanto, ele busca “o retorno às coisas mesmas”, a fim de garantir o solo seguro para seu empreendimento, visto que, segundo ele, as ciências positivas não o atingem por si só. Assim, com a fenomenologia, a filosofia ganha novos modos de acesso aos objetos e passa a ser sinônimo de fenomenologia. |