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Peritoneal dialysis is the dialytic method of choice in chronic end-stage renal disease in children. This study main purpose was to characterize the long-term survival of a pediatric population who began peritoneal dialysis within the first two years of life.A descriptive and retrospective study was performed in a portuguese nephrology and renal transplantation pediatric unit, between January 1991 and August 2014. End-stage renal disease etiology, mortality, comorbidities and complications of peritoneal dialysis and end-stage renal disease, growth and psychomotor development were evaluated.Twenty children started peritoneal dialysis within the first two years of life. There were six deaths, but no deaths of children with primary chronic kidney disease were registered over the past decade. The 14 living children were characterized; 13 were males. Congenital abnormalities of the kidney and urinary tract were the leading etiology of chronic kidney disease (45%). The average age start of peritoneal dialysis was 6.1 months; six children started before 30 days of life. Peritonitis was the most frequent cause of hospitalization. Ten children were transplanted at an average age of 5.3 years. All of the children who are still in peritoneal dialysis have short stature, but nine of the transplanted have final height within the expected for their mid-parental height target range. Nine (64%) had some type of neurodevelopmental delay.Peritoneal dialysis is a technique possible and feasible since birth, as evidenced in the study, as more than half of children successfully started it before 6 months of life. It allows long-term survival until the possibility of renal transplantation despite the associated morbidity, including peritonitis and complications of chronic renal disease. The ten transplanted children improved their growth, recovered from chronic anemia and improved dyslipidemia, compared with the period of dialysis. However, the average waiting time until the renal transplant was 5.3 years higher than other international centers.These data support the use of peritoneal dialysis from birth, but complications and the worst growth reflect the need to develop strategies to optimize care relating to nutrition, growth and development and to reduce pre-transplant time.Introdução: A diálise peritoneal é o método dialítico de eleição perante doença renal crónica terminal em idade pediátrica. O objetivo deste estudo foi caracterizar a sobrevivência a longo prazo de uma população de crianças, que iniciou diálise peritoneal nos dois primeiros anos de vida. Material e Métodos: Estudo descritivo e retrospetivo, realizado numa unidade de nefrologia e transplantação renal pediátrica portuguesa, no período de janeiro de 1991 a agosto de 2014. Avaliou-se etiologia da doença renal crónica terminal, mortalidade, comorbilidades e complicações da diálise peritoneal e da doença renal crónica terminal, crescimento e desenvolvimento psicomotor.Resultados: Vinte crianças iniciaram diálise peritoneal antes dos dois anos. Ocorreram seis óbitos; não houve mortalidade em crianças com doença renal primária nos últimos 10 anos. Caracterizaram-se os 14 sobreviventes, 13 do sexo masculino. As anomalias congénitas do rim e do trato urinário constituíram a principal causa de doença renal crónica terminal (45%).O início de diálise peritoneal ocorreu em média aos 6,1 meses, em seis casos antes dos 30 dias de vida. A peritonite foi o motivo mais frequente de internamento. Dez crianças foram transplantadas, com idade média de 5,3 anos. Em relação ao crescimento, as quatro crianças que se mantêm em diálise peritoneal têm baixa estatura, mas nove dos transplantados têm uma estatura final dentro do esperado para a sua estatura-alvo familiar. Nove (64%) tiveram alterações no desenvolvimento psicomotor. Discussão: A diálise peritoneal é uma técnica possível e exequível desde o nascimento, tal como evidenciado nesta amostra, em que se iniciou com sucesso em mais de metade das crianças antes dos seis meses de vida. Permite uma sobrevivência a longo prazo até à possibilidade do transplante renal apesar da morbilidade associada, nomeadamente as peritonites e as complicações da doença renal crónica. As dez crianças transplantadas desta amostra melhoraram o seu crescimento, recuperaram da anemia crónica e melhoraram da dislipidémia, comparativamente com o período em diálise. No entanto, o tempo médio de espera até ao TR de 5,3 anos foi superior ao de outros centros internacionais.Conclusão: Estes dados apoiam a utilização da diálise peritoneal desde o nascimento, embora as complicações e o pior crescimento associados reflitam a necessidade de desenvolver estratégias para otimizar nutrição, crescimento e desenvolvimento e reduzir o tempo pré-transplante renal. |