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The article analyzes the views and practices on reproduction, sexuality, and rights of women living with HIV/AIDS (WLWA). This qualitative study was based on interviews at two moments, 2013 and 2018, with seven WLWA seen at HIV/AIDS referral services in Rio de Janeiro, Brazil. The study examined the opinions and experiences on motherhood, affective-sexual relations, feminism, and sexual and reproductive rights. The findings reveal the women's naturalized perception of the female body and their accountability on the events in sexual and reproductive life. An association was seen between reproductive right and the right to choose motherhood or the fathers' participation in raising the children. As for sexual rights, the prevailing conception was the woman's (or person's) right to choose in the face of demands, impositions, or violence to have sex, including the context of matrimonial relations. The sociocultural context proved to be more determinant in preventive practices and reproductive trajectory than HIV serology. WLWA displayed the capacity to reshape practices linked to routine care for the family, motherhood, contraceptive choices, and the exercise of sexuality. Yet traditional gender norms appear heavily in their family dynamics, and the reach of these transformations is mediated by the sociocultural and economic context. Thus, lower access to symbolic goods by low-income strata, which characterizes the universe of the women interviewed here, compromises their access to the gains made in sexual freedom and female autonomy.O artigo analisa as visões e práticas sobre reprodução, sexualidade e direitos de mulheres vivendo com HIV/aids (MVHA). O estudo, de caráter qualitativo, teve, por base, entrevistas feitas em dois momentos, 2013 e 2018, com sete MVHA atendidas em serviços de referência em HIV/aids no Rio de Janeiro, Brasil. Foram investigadas opiniões e vivências sobre maternidade, interações afetivo-sexuais, feminismo e direitos sexuais e reprodutivos. Os achados revelam a percepção naturalizada das entrevistadas sobre o corpo feminino e a sua responsabilização acerca dos eventos da vida sexual e reprodutiva. Nota-se uma associação entre direito reprodutivo e direito de escolha da maternidade ou da participação dos pais na criação dos filhos. Quanto aos direitos sexuais, prevaleceu a concepção do direito de escolha da mulher (ou pessoa) diante das demandas, imposições ou violência para fazer sexo, incluindo o contexto das relações matrimonias. A conjuntura sociocultural mostrou-se mais determinante das práticas preventivas e trajetória reprodutiva do que a sorologia do HIV. Foi notado a capacidade das MVHA de remodelar práticas ligadas à rotina de cuidado com a família, à maternidade, a escolhas contraceptivas e ao exercício da sexualidade. Mas, as normas tradicionais de gênero se mostram fortemente nas suas dinâmicas familiares, e o alcance dessas transformações é mediado pelo contexto sociocultural e econômico. Assim, o menor acesso a bens simbólicos dos estratos populares, que caracteriza o universo das mulheres entrevistadas, compromete o acesso desses grupos a conquistas relativas à liberdade sexual e à autonomia feminina.El artículo analiza las visiones y prácticas sobre reproducción, sexualidad y derechos de mujeres viviendo con VIH/sida (MVHA). El estudio, de carácter cualitativo, tuvo como base entrevistas realizadas en dos momentos, 2013 y 2018, con siete MVHA atendidas en servicios de referencia en VIH/sida en Río de Janeiro, Brasil. Se investigaron opiniones y vivencias sobre maternidad, interacciones afectivo-sexuales, feminismo, derechos sexuales y reproductivos. Los hallazgos revelan la percepción naturalizada de las entrevistadas sobre el cuerpo femenino y su responsabilización acerca de los eventos de la vida sexual y reproductiva. Se nota una asociación entre derecho reproductivo y derecho de elección de la maternidad o de la participación de los padres en la crianza de los hijos. En cuanto a los derechos sexuales, prevaleció la concepción del derecho de elección de la mujer (o persona) ante las demandas, imposiciones o violencia para tener relaciones sexuales, incluyendo el contexto de las relaciones matrimoniales. La coyuntura sociocultural se mostró más determinante en las prácticas preventivas y trayectoria reproductiva que respecto a la serología del VIH. Se señaló la capacidad de las MVHA de remodelar prácticas relacionadas con la rutina de cuidado con la familia, maternidad, elecciones contraceptivas y ejercicio de la sexualidad. Sin embargo, las normas tradicionales de género se muestran fuertemente en sus dinámicas familiares y el alcance de esas transformaciones es mediado por el contexto sociocultural y económico. Así, el menor acceso a bienes simbólicos de los estratos populares, que caracteriza el universo de las mujeres entrevistadas, compromete el acceso de estos grupos a conquistas relacionadas con la libertad sexual y autonomía femenina. |