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As requalificações dos antigos núcleos urbanos são promulgadas pelo rótulo de promoção de melhorias para as novas utilizações dos elementos existentes, quase sempre direcionadas à indústria do turismo. Na região amazônica, alguns embriões urbanos formaram-se a partir do beira-rio e as requalificações no espaço estão sendo viabilizadas pela gestão pública sob o discurso da preservação da memória e identidade. Objetiva-se compreender o processo de requalificação da orla do Rio Branco a partir da inserção e reutilização dos elementos no espaço e atuação da gestão pública. Parte-se de abordagem crítica. Os procedimentos metodológicos caracterizaram-se pela pesquisa qualitativa exploratória com a observação participante, levantamento documental e bibliográfico. Foram evidenciadas algumas utilizações da orla do Rio Branco a partir da fundação da Fazenda Boa Vista (1830) como porta de acesso para povoamento do assentamento. Identificadas edificações como a Igreja Nossa Senhora do Carmo e Prédio da Intendência, construídas no entorno imediato da margem do rio (1830-1943). Percebe-se que durante a implantação do plano urbanístico, em 1944, o porto fluvial foi denominado pela população de Porto do Cimento, o qual teve grande importância para o desenvolvimento da cidade e região. Com o declínio do Porto, em função da adoção de outros modais, o poder público negligenciou patrimônios históricos que representavam a memória e a identidade locais. As intervenções, tal como a construção do Monumento Orla Taumanan sob a égide da requalificação do núcleo urbano e as estratégias de “modernização” da cidade, impactaram diretamente em “velhos” e “novos” problemas sociais. |