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Gran parte de la investigación sobre África en el período poscolonial ubica al Estado en el rol central –o como causante– de muchas de las crisis que han afectado al continente desde la independencia. El Estado ha sido descrito de diversas maneras: como severo y suave, autoritario y subdesarrollado, corrupto y neopatrimonial, o como motor del desarrollo. Mientras algunos alertan sobre los inconvenientes de un Estado excesivamente intervencionista, otros advierten los peligros que acarrearían los “Estados fallidos” o los colapsos estatales. Pese a los diferentes enfoques bajo los cuales se estudia, el Estado –asociado frecuentemente con conceptos igualmente nebulosos como el de sociedad civil– es casi siempre el concepto bajo el cual se analiza la cultura política del continente africano como un todo. Este artículo cuestiona las acepciones del término “Estado” y se pregunta si es posible separar el análisis del Estado del de los diferentes líderes o partidos en el poder, en instancias específicas y durante ciertos momentos en el tiempo. Este estudio está basado en Mozambique y argumenta que, en varios sentidos, y con excepción de lo simbólico, el Estado colapsó en amplias zonas del país durante la guerra civil (1977-1992). Describiendo la formación social de la élite que eventualmente lideró al partido Frelimo, se demuestra cómo esta élite fue capaz de mantener la unidad interna del partido y sobrevivir a los retos que trajo consigo el período de posindependencia. Sin embargo, la unidad de la base social del partido es excluyente. Se argumenta, entonces, que, en vez de concentrarnos en las tipologías del Estado africano, debemos enfocarnos en la visión de estatidad como un proceso largo y complejo de negociación y confrontación entre diversos grupos sociales. Much of the research on Africa in the postcolonial period places the government in a central role-or as a cause- of many crises that have afflicted the continent since its independence. The State or government has been described in different ways: as severe and mild, authoritarian and underdeveloped, corrupt, patrimonial, or as a motor of development. While some warn of the drawbacks of an excessively interventionist State, others warn of the dangers that ‘failed States’ or collapsed States would bring. Despite the different approaches under which we study, the government is often associated with equally nebulous concepts such as civil society- is almost always the concept under which we examine the political culture of the African continent as a whole. This article questions the meanings of the term ‘State’ and asks if it is possible to separate the analysis of the State from the leaders of different parties in power, in specific instances and at certain moments in time. This study is based in Mozambique and argues that, in many ways, with the exception of the symbolic, that the State collapsed in large parts of the country during the civil war (1977-1992). It describes the social formation of the elite that eventually led the Frelimo party, and demonstrates how these elite were able to maintain unity within the party and survive the challenges brought about by the post-independence period. However, the unity of the party’s social base is exclusive. It is therefore argued that instead of focusing on the types of African States, we must focus on the vision of statehood as a long and complex process of negotiation and confrontation between different social groups. Grande parte da pesquisa sobre a África no período pós-colonial coloca o Estado no papel principal – ou como causador – de muitas das crises que afetaram o continente desde a independência. O Estado tem sido descrito de diversas maneiras: como severo e suave, autoritário e subdesenvolvido, corrupto e neopatrimonial, ou como motor do desenvolvimento. Enquanto alguns alertam sobre os inconvenientes de um Estado excessivamente intervencionista, outros advertem sobre os perigos que acarretariam os “Estados falidos” ou os colapsos estatais. Apesar dos diferentes enfoques sob os quais se estuda, o Estado – associado frequentemente com conceitos igualmente nebulosos, como o de sociedade civil – é quase sempre o conceito sobre o qual se analisa a cultura política do continente africano como um todo. Este artigo questiona as acepções do termo “Estado” e se pergunta se é possível separar a análise do Estado da dos diferentes líderes ou partidos no poder, em instâncias específicas e durante certos momentos no tempo. Este estudo está baseado em Moçambique e argumenta que, em vários sentidos, e com exceção do simbólico, o Estado colapsou em amplas zonas do país durante a guerra civil (1977-1992). Descrevendo a formação social da elite que eventualmente liderou ao partido Frelimo, demonstra-se como essa elite foi capaz de manter a unidade interna do partido e sobreviver aos desafios que trouxe consigo o período de pós-independência. No entanto, a unidade da base social do partido é exclusiva. Argumenta-se, então, que em vez de nos concentrarmos nas tipologias do Estado africano, devemos focalizar-nos na visão da estatidade como um processo longo e complexo de negociação e confrontação entre diversos grupos sociais. |