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O artigo apresenta os saberes etnoecológicos dos pescadores artesanais de Ubu e Parati, comunidade localizada no sul do Espírito Santo, de forma a compreender suas estratégias de usos dos espaços marinhos para manter a subsistência e a renda. Com foco na pesca de robalos e sardas, foram feitas entrevistas (n=22) para aquisição de informações sobre os espaços pesqueiros, comportamentos das etnoespécies, técnicas de captura, além de dinâmicas climáticas e oceanográficas locais. Posteriormente, essas informações foram correlacionadas a dados compilados da literatura científica. Conclui-se, primeiramente, que os saberes sobre o meio possibilitam ao pescador variar os esforços de pesca, as técnicas e o lugar, em função das condições ambientais trazidas a cada sazonalidade. Segundo, nota-se a carência de estudos para subsidiar a gestão da pesca local, e por fim, há uma insatisfação com relação às normas de ordenamento pesqueiro, consideradas incompatíveis com os modos tradicionais de trabalho. El trabajo presenta el conocimiento etnoecológico de los pescadores artesanales de Ubu y Parati, en el sur de Espírito Santo, con el fin de comprender sus estrategias para utilizar espacios marinos para mantener la subsistencia y los ingresos. Con un enfoque en la pesca de robalos y sierras, se realizaron entrevistas (n = 22) para obtener información sobre las áreas de pesca, los comportamientos de las etnoespecies, las técnicas de captura, además de las dinámicas climáticas y oceanográficas locales. Después, esta información se correlacionó con los datos encontrados en la literatura científica. Se concluye, primero, que el conocimiento sobre el medio ambiente permite al pescador variar los esfuerzos de pesca, las técnicas y el lugar, de acuerdo con las condiciones ambientales aportadas a cada estacionalidad. En segundo lugar, faltan estudios para subsidiar la gestión pesquera local, y finalmente, hay insatisfacción con las normas de gestión pesquera, consideradas incompatibles con las formas tradicionales de trabajo. This paper raises the ethnoecological knowledge of artisanal fishermen from Ubu and Parati, in southern Espírito Santo, in order to understand their strategies for using marine spaces to maintain subsistence and income. Focusing on ethnospecies of snooks and king mackerels, interviews were conducted (n=22) to acquire information on the fishing spaces, behavior of fish, capture techniques, in addition to climatic and oceanographic dynamics that interfere in fishing. Later, this information was correlated with data found in the scientific literature. We conclude, first, that knowledge about the environment allows the fishermen to diversify fishing efforts, techniques and places, provided by the environmental conditions brought every each seasonality. Second, there is a need for specific studies to support local fisheries management, and finally, there is a disagreement about fisheries regulations, considered incompatible with traditional way of working. |