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As organizações são confrontadas diariamente por inúmeros desafios apresentados por um ambiente globalizado e em rápidas e constantes mudanças sociais, económicas e demográficas, sendo essencial a adoção de novas técnicas e ferramentas de Contabilidade de Gestão capazes de proporcionar aos gestores informação atual, fidedigna, oportuna, abrangente e detalhada que auxiliem o processo de tomada de decisão. Neste cenário, as organizações que integram o Terceiro Setor revelam dificuldades acrescidas, quer pela constante exigência de obtenção e controlo de resultados, quer pelos recursos limitados que têm que gerir eficientemente. Recorrendo a uma análise bibliográfica, constatou-se que os sistemas de gestão tradicionais, assentes exclusivamente em medidas financeiras, que comprometem o desempenho futuro, estão desajustados da realidade exigida pelo ambiente organizacional. Para colmatar estas fragilidades, surgiu o Balanced Scorecard (BSC), permitindo uma visão abrangente do negócio das organizações, integrando, para tal, medidas financeiras e não financeiras, de curto e longo prazo, evidenciando-se uma poderosíssima ferramenta de gestão estratégica e de avaliação do desempenho. Embora inicialmente concebido para o setor lucrativo, rapidamente foi percebida a sua amplitude e contributos aos restantes setores de atividade. Atendendo ao exposto, procurou-se neste trabalho de investigação elaborar uma proposta de implementação de um BSC para uma organização do Terceiro Setor, com a definição de objetivos estratégicos, fatores críticos de sucesso, indicadores, metas e iniciativas. Para tal, recorreu-se a uma metodologia de investigação qualitativa, através da realização de um estudo de caso, tendo-se procedido à realização de entrevistas como método principal de recolha de dados, e complementarmente, à análise documental, análise de registos e observação direta. Como principais conclusões constatou-se a viabilidade de adaptação do BSC ao setor não lucrativo, sendo que este apresenta como principais contributos neste setor a orientação do processo de gestão para a missão da organização; uma melhoria da performance; o alinhamento de ideias entre chefias intermédias e gestão de topo; uma melhoria da organização e comunicação interna; e a demonstração de legitimidade organizacional. Mais se concluiu, que uma proposta bem-sucedida de BSC neste setor deve ser alicerçada por uma análise estratégica prévia, devendo posteriormente percorrer todas as fases da formulação de estratégia. |
