Que cidadania a gente vê por aqui?: o papel da Rede Globo na (de) formação midiático-cultural do conceito de cidadania em 'O Brasil que eu quero'

Autor: Romero, Eduardo Pereira
Přispěvatelé: Gómez de la Torre, Alberto Efendy Maldonado
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2022
Předmět:
Zdroj: Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos)
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)
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Popis: Submitted by Jeferson Carlos da Veiga Rodrigues (jveigar@unisinos.br) on 2022-10-13T15:29:01Z No. of bitstreams: 1 Eduardo Pereira Romero_.pdf: 7096463 bytes, checksum: 59070bf5cff337e50d7d9315d6a47040 (MD5) Made available in DSpace on 2022-10-13T15:29:01Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Eduardo Pereira Romero_.pdf: 7096463 bytes, checksum: 59070bf5cff337e50d7d9315d6a47040 (MD5) Previous issue date: 2022-08-30 Nenhuma A tese investiga como o jornalismo da Globo, em ano eleitoral, apresenta o conceito de cidadania ao estimular os cidadãos/eleitores a responderem, por meio da produção de um vídeo de 15 segundos, a pergunta: Que Brasil você quer para o futuro? Para tanto, no ano de 2018, cria o quadro televisivo O Brasil que eu quero, e oferece ao sujeito comunicante a inserção e exibição de sua demanda em seus telejornais, outorgando-lhe o título de “porta-voz” da cidade em que vive. Por meio do quadro, o cidadão possuía visibilidade para expressar sua reivindicação, denúncia e cobrança, via televisão, em um simulacro que permitia a “sensação” de recado direto aos políticos e governantes e “exercício de cidadania”. Em tom pedagógico, os jornalistas descreviam as características sobre como os agentes sociais deveriam elaborar o produto. E se o espaço de exibição do material audiovisual fosse o Jornal Nacional a confiança e representatividade era ainda maior, conforme pesquisa exploratória com amostra realizada no contexto do estado de Mato Grosso do Sul, nos municípios de Campo Grande, Dourados, Três Lagoas e Corumbá. De maneira que, ao “dar voz” ao cidadão, a Globo se colocava como um espaço público midiático no qual ele, valendo-se do discurso de detentor de direitos e deveres, legitima a sua necessidade de ser ouvido e ter resposta contribuindo na (de)formação da noção de cidadania pelo sistema midiático. Por meio da perspectiva transmetodológica (MALDONADO, 2008), o processo investigativo girou em torno da problemática: Que Brasil a Globo quer mostrar? Que futuro é este representado pelo Brasil que eu quero? O que o discurso diz para que o sujeito comunicante recebesse o título de porta-voz pelo sistema midiático Globo? Essas inquietações culminaram no problema sobre o papel da Globo na construção/formação cultural do conceito de cidadania pelo quadro O Brasil que eu quero. Assim, o conglomerado midiático Globo, mediante complexas relações de poder, movimenta a interface entre cultura, política e comunicação, se apresenta como um dos caminhos habilitados à formação de agentes sociais emancipados, que exercem sua cidadania plena, reduzindo-a a direitos e deveres, nos dizeres do quadro: o cidadão é o porta-voz de um município. Entretanto, da mesma forma que possibilita tal abertura à sociedade, a Globo, tal como O Príncipe Eletrônico (IANNI, 1999), com sua nebulosidade, mantém sua própria gramática, formas de circulação e seleção sobre quais demandas e materiais podem ser exibidos, bem como sua própria definição de cidadania, não tornando transparentes os critérios que definem as razões para um vídeo ser aceito ou não, utilizando estratégias que cooperam para manter sua hegemonia como um conjunto de empresas privadas, do sistema capitalista neoliberal. The thesis how Globo’s journalism, in an election year, represents the concept of citizenship by encouraging citizens/voters to answer, through the production of a 15-second video, the question: What Brazil do you want for the future? To this end, in 2018, it creates the television show O Brasil que eu Quero, in which he offers the communicant subject the possibility of inserting and displaying his demand in one of his television news programs, giving him the title too “spokesperson” of the actors of the city in which he lives. Through the framework of analysis, denunciation, collection, visibility in a simulacrum that allows a direct message to “sensations” and “exercise of citizenship”. In a pedagogical tone, the journalists wrote as characteristics about how the spectators elaborated the product. And if the exhibition space for audiovisual material were Jornal Nacional, the trust and representation would be even greater, according to an exploratory research with a sample carried out in the context of the state of Mato Grosso do Sul, in the municipalities of Campo Grande, Dourados, Três Lagoas and Corumbá. So that, by “giving voice” to the citizen, Globo positioned itself as a public media space in which, using the discourse of holder of rights and duties, it legitimizes its need to be heard and to have a response, contributing to (of) formation of the notion of citizenship by the media system. Through the transmethodological perspective (MALDONADO, 2008) the investigative process revolved around the problem: What Brazil does Globo want to show? What future is this represented by the Brazil that I want? What does the discourse say for the communicant subject to receive the title of spokesperson by the Globo media system? These concerns culminated in the problem about the role of Globo in the cultural construction/formation of the concept of citizenship for the Brazil that I want. Thus, the media conglomerate Globo, through complex power relations, moves the interface between culture, politics and communication, presents itself as one of the enabling paths to the formation of emancipated social agents who exercise their full citizenship, reducing them to rights and duties, in the the words on the board: the citizen is the spokesperson for a municipality. However, in the same way that it enables such openness to society, Globo, like O Príncipe Eletrônico (IANNI, 1999), with its nebulosity, maintains its own grammar, forms of circulation and selection of which demands and materials can be displayed, as well as as its own definition of citizenship, not making transparent the criteria that define the reasons for being accepted or not, using strategies that cooperate to maintain its hegemony and being a set of private companies, of the neoliberal capitalist system.
Databáze: OpenAIRE