Violência de Estado e trauma: camponeses da Guerrilha do Araguaia
Autor: | Gomes, Irene, Borges, Thelma Pontes |
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Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2022 |
Předmět: | |
Zdroj: | Revista Direitos Humanos e Democracia; v. 10 n. 20 (2022): REVISTA DIREITOS HUMANOS E DEMOCRACIA; e12479 Revista Direitos Humanos e Democracia Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUI) instacron:UNIJUI |
ISSN: | 2317-5389 |
Popis: | Brazil has experienced a long dictatorial period in its history, marked by state repression and suppression of rights. One of the most violent acts of that moment was known as Guerrilha do Araguaia, in which the Armed Forces (FFAA) carried out a sequence of operations in order to eliminate the guerrillas and any traces of a possible communist uprising. Among the forces of the State and the guerrillas were the peasants who were victims of the most diverse types of violence because of their belief in their participation in the movement or in search of their collaboration in capturing the guerrillas. Through a descriptive-analytical study, this work aims to make a topology of the types of violence perpetrated on the peasants and analyze their updates based on the non-overcoming of the trauma. For this purpose, testimonies from military personnel available in literature were used, as well as the reading of peasants' cases that had been processed by the Amnesty Commission linked to the Ministry of State and Justice (MJ) and the Ministry of Family, Women and Human Rights (MDH). As a result, we highlighted five types of violence ranging from torture to total extermination. We conclude that the suffering inflicted does not cease to be present due to the impossibility of overcoming the trauma due to the absence of a national reparation project. O Brasil vivenciou em sua história um longo período ditatorial marcado pela repressão do Estado e supressão de direitos. Um dos atos mais violentos desse momento ficou conhecido como Guerrilha do Araguaia, na qual as Forças Armadas (FFAA) fizeram uma sequência de operações a fim de eliminar os guerrilheiros e qualquer vestígio de um possível levante comunista. Entre as forças do Estado e dos guerrilheiros estavam os camponeses, que foram vítimas das mais diversas violências em razão da crença de sua participação no movimento ou em busca de sua colaboração na captura dos guerrilheiros. Mediante um estudo descritivo-analítico este trabalho visa a fazer uma topologia dos tipos de violências perpetrados sobre os camponeses e a analisar suas reatualizações a partir da não superação do trauma. Para tanto, utilizou-se depoimentos de militares disponíveis em literatura e leitura de processos de camponeses que tramitaram na Comissão da Anistia vinculada ao Ministério de Estado e Justiça (MJ) e ao Ministério da Família, Mulher e Direitos Humanos (MDH). Como resultado, evidenciamos cinco tipos de violência, que vão desde torturas a total extermínio. Concluímos que o sofrimento infligido não cessa de se fazer presente ante a impossibilidade de superação do trauma pela ausência de um projeto de reparação nacional. |
Databáze: | OpenAIRE |
Externí odkaz: |