A mãe do ambiente maternal no cárcere: vínculos e rupturas

Autor: Gominho, Dorcas Luisa Barretto
Přispěvatelé: Donard, Verónique, Passos, Maria Consuêlo, Cunha, Marisa Amorim Sampaio, Marin, Isabel da Silva Kahn, Leitão, Heliane de Almeida Lins
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2021
Předmět:
Zdroj: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNICAP
Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP)
instacron:UNICAP
Popis: Submitted by Biblioteca Central (biblioteca@unicap.br) on 2022-03-31T17:35:05Z No. of bitstreams: 2 Ok_dorcas_luisa_barretto_gominho.pdf: 3103665 bytes, checksum: 680c9e1a47a228d65bb17e6a0790cfdc (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) Made available in DSpace on 2022-03-31T17:35:05Z (GMT). No. of bitstreams: 2 Ok_dorcas_luisa_barretto_gominho.pdf: 3103665 bytes, checksum: 680c9e1a47a228d65bb17e6a0790cfdc (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) Previous issue date: 2021-03-02 This research brought to light the difficult reality of becoming a mother in a prison environment. The compulsory rupture of the mother-child relationship in view of the limited time the dyad spent in the prison, the lack of broader support were highlighted aspects. The research field is being built on the “Maternal Environment in Prison”. It was understood as the place where the plot of affections unfolds from the shared care in the cell of pregnant and puerperal women, which goes beyond the internal (physical) environment. In it there is a sisterhood that installs itself in the community of those disinherited mothers: when facing pain and helplessness and, together, these women covenant to care for each other. The research field was crossed by the issue of compulsory separation of the mother-baby dyad. The aim was to investigate the conditions of possibility of being a good enough mother in the Maternal Environment in Prison. Through a study of the concept of mother-environment, proposed by Winnicott, the unstructured interviews were analyzed, based on the triggering question: “How is the experience of becoming a mother in prison”. Psychoanalytic interpretation was the data analysis procedure. The examples of the interviews reported in this thesis suggest, in sum, that for some women motherhood was experienced in an extremely hostile environment. However, others stated that the mother-baby relationship was focused on the hope that religiosity offers. The psychic perspectives experienced in the Maternal Environment in Prison were run through by fear and helplessness in face of compulsory separation, the distancing made the mother-child link difficult. Breastfeeding was not prolonged in the construction of an affective bond between the mother and her baby, as there was no participant in the interviews who breastfed until the six-month period proposed by WHO. There was an early break that crossed the mother's emotional bond with her child. The rupture of the mother-baby relationship also brought a condition to think about motherhood in prison. Being good enough went through tragic life conditions of drug traffic. They were episodic love relationships during which they became pregnant, what made the family support network fragile, also due to the absence of the child's parent. The particular nuances of each interviewee could be pointed out by each one of them, which emerged during the researcher's clinical listening with traces of the exercise of being good enough in that Maternal Environment in Prison. Essa pesquisa trouxe à tona a difícil realidade do tornar-se mãe em ambiente carcerário. A ruptura compulsória da relação mãe-filho frente ao tempo limitado de permanência da díade no presídio, a falta de suporte mais amplo foram aspectos destacados. O campo de pesquisa se construindo sobre o “Ambiente Maternal no Cárcere”. Ele foi entendido como o lugar onde se desenrola a trama de afetos vindos dos cuidados compartilhados na cela das gestantes e puérperas, que ultrapassa o ambiente interno (físico). Nele existe uma irmandade que se instalou em meio à comunidade daquelas mães deserdadas: ao enfrentarem dores e desamparo e, juntas, essas mulheres pactuam cuidados entre si. O campo de pesquisa foi atravessado pela questão da separação compulsória na díade mãe-bebê. O objetivo foi investigar as condições de possibilidade de ser mãe suficientemente boa no Ambiente Maternal do Cárcere. Por meio de estudo do conceito de mãe-ambiente, proposto por Winnicott, procedeu-se à análise das entrevistas não estruturadas, a partir da pergunta disparadora: “como é a experiência de tornar-se mãe no cárcere”. A interpretação psicanalítica foi o procedimento de análise dos dados. Os exemplos das entrevistas reportadas nesta tese sugerem, em suma, que para algumas mulheres a maternidade foi vivida em um ambiente extremamente hostil. Entretanto, outras afirmaram que a relação mãe-bebê foi debruçada sobre a esperança que a religiosidade oferece. As perspectivas psíquicas vividas no Ambiente Maternal no Cárcere foram transpassadas pelo medo e desamparo diante da separação compulsória o distanciamento dificultou o enlaçamento mãe-filho. O aleitamento materno não foi prolongado na construção de um vínculo afetivo da mãe com seu bebê, pois não houve participante da entrevista que amamentou até o prazo de seis meses proposto pela OMS. Houve uma ruptura precoce que atravessou o enlace afetivo da mãe com sua criança. A ruptura da relação mãe-bebê também trouxe uma condição para se pensar na maternidade no cárcere. O ser suficientemente bom passou por condições de vidas trágicas do tráfico de drogas. Foram relações amorosas episódicas durante as quais engravidaram que tornou a rede de apoio familiar frágil devido também à ausência do genitor da criança. As nuances particulares de cada entrevistada puderam ser apontadas pelas entrevistadas que durante a escuta clínica da pesquisadora emergiram traços do exercício do ser suficientemente bom naquele Ambiente Maternal no Cárcere.
Databáze: OpenAIRE