A seção sedimentar sulfetada do ofiolito de Ribeirão da Folha e seu potencial metalogenético, orógeno Araçuaí, MG
Autor: | Glaucia Nascimento Queiroga |
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Přispěvatelé: | Antonio Carlos Pedrosa Soares, Joel Jean Gabriel Quemeneur, Lydia Maria Lobato, Marcos Tadeu de Freitas Suita |
Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2006 |
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Zdroj: | Repositório Institucional da UFMG Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) instacron:UFMG |
Popis: | A descoberta de remanescentes oceânicos neoproterozóicos no Orógeno Araçuaí datam do início da década de 1990 e estudos subseqüentes evidenciam uma seqüência desmembrada, deformada e metamorfisada em fáceis anfibolito. Esta dissertação apresenta estudos detalhados sobre as rochas metassedimentares sulfetadas e formações ferríferas bandadas da Formação Ribeirão da Folha, que representa a seção vulcano-sedimentar ofiolítica. Estudos iniciais também abordam a formação ferrífera bandada a Formação Capelinha.Em ordem decrescente de abundância, a seção sedimentar do ofiolito consiste de quartzo-mica xisto, xisto peraluminoso, xisto grafitoso, variedades de metachert, diopsiditos e formações ferríferas bandadas tipos silicatos, óxico e sulfeto. A unidade sulfetada é representada pelos metacherts, com sulfetos orientados segundo a xistosidade principal (Sn), e por corpos de diopsidito, onde os sulfetos ocupam os espaços intergranulares ou ocorrem como inlcusões no diopsídio. A análise qualitativa do metamorfismo regional baseou-se na individualização das seguintes paragêneses minerais: (i) quartzo + muscovita de granulação final (variedade sericita) ± biotita, relacionada à foliação Sn e indicativa de fáceis xisto verde e, (ii) quartzo + biotita + granada ± estaurolista ± cianita ± muscovita ± plagioclásio ± minerais opacos (ilmenita e sulfetos), associada à xistosidade principal (Sn) e característica de fáceis anfibolito, zona de cianita. A caracterização quantitativa do metamorfismo, baseada em cálculos de temperatura e pressão da xistosidade principal (Sn), indica um intervalo de PT de fáceis anfibolito intermediário (530-600º C e 4,9-5,3 kbar)A caracterização mineragráfica das diversas fases sulfetadas permite a identificação de pelo menos três estágios de sulfetação nas variedades de metachert e diopsídios: estágio 1, caracterizado pela precipitação de sulfetos a partir de um fluido hidrotermal submarino, estágio 2, relacionado à recristalização mineral durante o metamorfismo regional de fáceis anfibolito médio e, estágio 3, caracterizado pela alteração de minerais previamente formados pela circulação de fluidos hidrotermais superficiais. A análise química dos sulfetos e inclusões evidencia uma distribuição homogênea dos elementos, sem diferenças significativas entre borda e núcleo dos cristais. Raros cristais cromífero, associados à pirrotita, estão presentes nos diopsiditos e podem ser herança química de fluidos extraídos de rochas máfico-ultramáficas.O tratamento e interpretações dos dados litoquímicos da seção sedimentar buscou a avaliação da importância relativa entre as contribuições pelítica, da água do mar e das rochas ígneas. As variedades de metachert apresentam contribuição pelítica crescente, evidenciada pelo aumento no conteúdo de silicatos aluminosos e de Al2O3 e K2O. Anomalias negativas de Eu ratificam a contaminação pelítica do precipitado hidrotermal. Os diopsiditos são rochas híbridas, com componentes exalativos (quartzo + sulfetos) e marcante contribuição máfico-ultramáfica. As formações ferríferas do tipo silicato estão intimamente associadas aos xistos pelíticos, sugerindo que houve adição de material argiloso ao fluido ferro-silicoso exalativo.Ouro tem sido garimpado na área abordada há mais de dois séculos, mas sem registro de quantidade significativa. As principais ocorrências auríferas estão associadas a veios de quartzo e zonas de cisalhamento sulfetadas. Embora a associação litológica e seus atributos geoquímicos sejam favoráveis à concentração de ouro, as condições de PT do metamorfismo (530-600º C e 4,9-5,3 kbar) indicam tratar-se de zona crustal onde fluidos mineralizantes são extraídos e há pouca deposição de minerais auríferos. A aparente escassez de ouro e outros metais pode ter como causa a eventual infertilidade metalogenética deste ofiolito, embora nenhuma campanha detalhada de prospecção tenha sido até hoje efetuada.A Formação Capelinha apresenta marcante contraste composicional e sedimentológico em relação à Formação Ribeirão da Folha. As formações ferríferas bandadas do tipo óxido são compostas essencialmente por hematita, com magnetita e ilmenita subordinados. Uma fonte possível para esta ilmenita são os ortoanfibolitos ricos em titânio e os xistos pelíticos da Formação Ribeirão da Folha. A assinatura de ETR mostra forte anomalia negativa de cério e sugere ambiente submarino com herança das rochas na pilha ofiolítica. Estes fatos, juntamente com a asssociação com quartzitos e metapelitos, sugerem que a formação ferrífera Capelinha seja produto da erosão da pilha ofiolítica durante seu alojamento tectônico. |
Databáze: | OpenAIRE |
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