Ancestralidade, educação e saúde indígena : identidade Karipuna enquanto marco de afirmação

Autor: Silva, Alceu dos Santos
Přispěvatelé: Guimarães, Sílvia Maria Ferreira
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2017
Předmět:
Zdroj: Repositório Institucional da UnB
Universidade de Brasília (UnB)
instacron:UNB
Popis: Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Centro de Desenvolvimento Sustentável, 2017. Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR). No extremo norte do país, no Estado do Amapá, encontra-se o município de Oiapoque, no qual estão situadas diversas etnias e aldeias que compreendem a TI Uaçá, dentre elas, as aldeias que representam o povo indígena karipuna do Amapá. Eu sou Karipuna, indígena médico e professor da Universidade Federal do Amapá/Unifap no curso de medicina. Hoje, uma das minhas maiores conquistas está sendo atuar no campo da saúde indígena, especialmente, na formação de jovens médicos. A partir da disciplina estágio rural e indígena, estou levando esses jovens não-indígenas ao encontro e aproximações com os povos indígenas, dentro de um território indígena, e isso está sendo transformador para muitos, principalmente para mim. Este trabalho pretende refletir sobre o caminho que percorri para estar neste local, não irei falar de mim, mas de um coletivo, o povo Karipuna e uma ancestralidade que ora me distanciei, então essa abordagem me permitiu observar e descrever o que pretendia com este trabalho, ou seja, o meu encontro e desencontro com o mundo educacional, formativo e científico dos brancos, destacando as concepções referentes ao contextual, sem desconectá-lo do seu meio. Sua grande importância neste estudo no sentido de compreender as vivências e reflexões sobre a trajetória de vida deste karipuna. E é uma auto-etnografia, ao mesmo tempo que é uma etnografia com os meus parentes, busco refletir sobre a minha trajetória a partir das reflexões que teci nas conversas com muitos. Procurei ter diálogos com aquelas pessoas da aldeia que pudessem me relatar um pouco mais da memória e trajetória de meu povo, das caminhadas anteriores até a chegada de minha família ao território que hoje compreende nossa aldeia. O produto de minha dissertação é um relato de experiências a serem compartilhadas com outros indígenas, ou mesmo com aqueles que se interessassem em compreender um pouco mais o processo que é um indígena vivenciar fora de seu território de origem para buscar uma formação em educação que o permita ter inserção em espaços de decisões estratégicas, os quais discutam a questão indígena considerando o olhar do parente, seja na universidade ou em espaços da saúde que são acessados pelos indígenas quando assim os necessitam acessar e conhecer uma vida entre dois mundos. In the extreme north of Brazil, in the State of Amapá, is the municipality of Oiapoque, in which are situated several ethnic groups and villages that are part TI Uaçá, among them, the villages that represent the indigenous Karipuna people of Amapá. I am Karipuna, an indigenous clinician and professor at the Federal University of Amapá / Unifap in the medical school. Today, one of my greatest achievements is serving as agent in the field of indigenous health, especially in the training of young doctors. From the rural and indigenous internship discipline, I am taking these non-indigenous youths to meet and approach with the indigenous peoples, within an indigenous territory, and this is a huge transformation for many people, especially for me. This work intends to reflect on the journey that I’ve been through to be in this place, I will not speak about myself, but of a collective, the Karipuna people and an ancestry that I have now distanced myself, so this approach allowed me to observe and to describe what I wanted with this work, that is to say, my encounter and disagreement with the formal education, formative and scientific world of the white people, highlighting the conceptions referring to the contextual, without disconnecting the study from its environment. The great importance of this study in the intention to understand the experiences and reflections on my life trajectory as karipuna. And it is a self-ethnography, while it is an ethnography with my relatives, I try to reflect on my trajectory from the reflections I build in the conversations with many people. I tried to have dialogues with those people in the village who could tell me a little more about the memory and trajectory of my ancestors, from the previous walks to the arrival of my family in the territory that today comprises our village. The result of my dissertation is an account of experiences to be shared with other indigenous people, or even with those who are interested in understanding a little more the process that it is an indigenous person to experience outside their territory of origin to pursue a formation in education that the allowing them to enter into spaces of strategic decisions, which discuss the indigenous question considering the relative's look, either in the university or in health spaces that are accessed by the indigenous people when they need to access and know a life between two worlds.
Databáze: OpenAIRE