Devir-Sapatão: tensionamentos a partir de séries televisivas e de Video on Demand
Autor: | Batista, Daniela Conegatti |
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Přispěvatelé: | Marcello, Fabiana de Amorim |
Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2020 |
Předmět: | |
Zdroj: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instacron:UFRGS |
Popis: | Esta tese consiste em uma investigação voltada para os efeitos do gênero e da sexualidade a partir de serialidades audiovisuais televisivas e de Video on Demand (Vídeo sob Demanda). Mais especificamente, o enfoque esteve direcionado para a busca, a partir de modos de constituição de determinadas personagens mulheres, e de suas sexualidades, por tensionamentos nas matrizes de gênero e sexualidade, de modo a produzir o que aqui convencionou-se nomear (e conceituar) devir-sapatão. Quatro foram as personagens investigadas: Nan Astley, de Tipping The Velvet (2002), Maggie McNue, de Godless (2017), Ann Walker, de Gentleman Jack (2019), e Lorna Morello, de Orange Is The New Black (2013- 2019). Na medida em que o conceito de devir emerge do arcabouço deleuzo-guattariano, argumenta-se que “devir-sapatão” encontra base em três conceitos da constelação teórica dos autores: multiplicidade, des/reterritorialização e plano de imanência, todos compondo o primeiro eixo teórico deste estudo. Um segundo eixo compreende a performatividade de gênero de Butler (2013), e um terceiro eixo, complementar, encontra base nas teorizações deleuzo-guattarianas sobre anômalo e suas considerações sobre desejo (Deleuze, Parnet, 1998), em relação com a matriz de dominação de Collins (2000). Tal organização teórica permite não apenas a construção do conceito de devir-sapatão, mas sua aplicabilidade em acontecimentos narrativos que envolveram as referidas personagens, possibilitando deslocamentos e tensionamentos de gênero e sexualidade. Como efeito, as elaborações analíticas compõem duas vias: a primeira, voltada para a masculinidade em mulheres; a segunda, para relações afetivo-sexuais entre mulheres. A etnografia de tela, com base em Rial (2004), Balestrin e Soares (2011), foi a metodologia que, junto à teoria, possibilitou a caracterização do devir-sapatão. Ao fim, o devir-sapatão se fez materialidade por meio da insurgência da anômala de si e de outra/o, e, também, como efeito de uma contínua agonística entre desejo e matriz de dominação, a um só tempo, refratária à e constituinte da inteligibilidade das matrizes de gênero e de sexualidade. This thesis consists of an investigation focused on the effects of gender and sexuality as portrayed on Tv and Video on Demand series. More specifically, its focus was directed to the tensioning of gender and sexuality matrices, through the investigation of ways of constituting certain female characters, and their sexualities, in order to produce what was here named (and theorized) becoming-dyke. Four characters were investigated: Nan Astley, from Tipping The Velvet (2002), Maggie McNue, from Godless (2017), Ann Walker, from Gentleman Jack (2019), and Lorna Morello, from Orange Is The New Black (2013-2019). As the concept of becoming emerges from the Deleuzian and Guattarian framework, it is argued that “becoming-dyke” is based on three concepts in the author's theoretical constellation: multiplicity, de/regrounding and plane of immanence, all composing the first theoretical pivot of this study. A second pivot comprises Butler's gender performativity (2013) concept, and a third, complementary pivot, is based on Deleuzean and Guattarian theories about anomalous and their considerations on desire, in relation to Collins' (2000) domination matrix. Such disposition allows not only the construction of the concept of becoming-dyke, but its applicability in narrative events that involved the characters, enabling displacements and tensioning of gender and sexuality. As an effect, the analytical elaborations comprise two routes: the first, focused on female masculinity; the second, in sexual and romantic relationships between women. Screen ethnography, based on Rial (2004), Balestrin and Soares (2011), was the methodology that, allied with the theory, enabled the characterization of the becoming-dyke. In the end, becoming-dyke became materiality through the insurgency of the anomalous of oneself and the other, and also as an effect of a continuous agonistic between desire and the domination matrix, at the same time resistant to and constituent of both gender and sexuality matrices. |
Databáze: | OpenAIRE |
Externí odkaz: |