O conceito de exterioridade: constantemente referido à pseudonímia kierkegaardiana
Autor: | Lopes, Paulo Henrique da Silva |
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Přispěvatelé: | Roos, Jonas, Pires, Frederico Pieper, Cabral, Jimmy Sudário, Santos, Joe Marçal Gonçalves dos, Oliveira, Rômulo Gomes de |
Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2022 |
Předmět: | |
Zdroj: | Repositório Institucional da UFJF Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) instacron:UFJF |
Popis: | CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior A Modernidade pode ser entendida pelo processo de interiorização do fundamento metafísico para o âmbito do sujeito de tal modo que a interioridade moderna, sob o mote da autenticidade e da autonomia, pode se tornar um essencialismo. Ao produzir subjetividades fechadas sobre si mesmas, esta atomização ontológica contribui para o afloramento de problemas como o relativismo, o subjetivismo e o individualismo. Esta tese mostrará que a superação destes problemas não pode se dar em se apelando para mediações universais e objetivantes – que chamaremos de externalidades –, mas em se promovendo o exílio radical do fundamento metafísico do âmbito do sujeito – que chamaremos exterioridade. Para tanto, identificamos que, já no século XIX, a obra kierkegaardiana se apresenta como uma precursora deste exílio ontológico que tomará força principalmente com o pós-estruturalismo francês do século XX e suas discussões sobre alteridade. Desde a sua pseudonímia, e apelando a um paradigma protestante para promover tal exílio ontológico, a obra kierkegaardiana desautoriza Kierkegaard (19813 – 1955) enquanto autor moderno, ao mesmo tempo em que performa a desconstrução daquela interioridade do sujeito moderno enquanto fundamento ontológico de sua própria individualidade. Isto quer dizer que, a partir deste exílio, o indivíduo torna um si mesmo não mais por um processo de autoconhecimento de sua voz interior, mas da resposta a uma convocação exterior ao exercício de si mesmo. É neste contexto que a presente tese proporá o conceito de exterioridade, referindo-se constantemente à pseudonímia kierkegaardiana para discutir as implicações existenciais e, sobretudo, éticas deste exílio ontológico. Pois quando o indivíduo e a multidão deixam de ser o critério para o próprio devir, aqueles problemas modernos podem ser encaminhados: a tautologia moderna se esgota em um paradoxo. Uma vez que a relação com esta exterioridade radical demanda uma relação que foge da mediação logocêntrica, o devir se torna, portanto, uma questão que compete à religião – um outro paradigma de subjetividade, menos autoritário, é colocado. Por isso mesmo, por depender de um critério radicalmente fora dos limites da especulação, o conceito de exterioridade mostra a sua relevância para a delimitação epistemológica de nossa área: o conceito de exterioridade é um dos poucos que é próprio do estudo pela Ciência da Religião. We can understand modernity through the internalization process of the ontological foundation to the realm of the subject’s inwardness. However, this atomization can lead us to individualism, relativism, and subjectivism by producing individuals closed in on themselves. This dissertation will discuss why any universal mediation, although important, is not enough to overcome these problems since it just promotes a relative externalization of that introjected ontological foundation; we need a radical exile of the foundation from the subject, i.e., to deconstruct an essentialist notion of subjectivity. We identify Kierkegaardian authorship as a precursor of this ontological turn that became prominent in poststructuralist discussions on alterity in the XX century. From its pseudonymity and appealing to a Protestant paradigm to promote such an ontological exile, Kierkegaardian authorship deauthorizes Kierkegaard’s role as a modern author while performing the deconstruction of the modern subject taken as the ontological foundation for her own subjectivity. In this way, the individual becomes a self, not by knowing and reaching her inner voice but by answering an outer call that convenes her to exercise her subjectivity as a relation. In this context, we will propose a concept of exteriority with continual reference to Kierkegaardian pseudonymity to deal with the existential and ethical implications of that ontological exile. An absolute criterion - exteriority - addresses the violence of individualism, relativism, and subjectivism by preventing the subject and the crowd from being the ontological criteria to herself and the other. However, only a religious existential disposition can perform such ontological exile. It opens the tautology of the modern subject into a paradoxal paradigm of subjectivity. That’s why the concept of exteriority is relevant for us: it is one of the few concepts proper to the Science of Religion by helping us in delimitating some epistemological margins of this emerging academic field. |
Databáze: | OpenAIRE |
Externí odkaz: |