O aprendizado sobre as emoções em um contexto de treinamento médico: uma etnografia sobre as práticas médicas em um Hospital Universitário em Salvador-Bahia

Autor: Silva, Rosana dos Santos
Přispěvatelé: Gonzalez, Elena Calvo, Silva, Berenice Temoteo da, Souza, Iara Maria de Almeida, Cunha, Litza Andrade, Dejo, Vânia Nora Bustamante
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2021
Předmět:
Zdroj: Repositório Institucional da UFBA
Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron:UFBA
Popis: Submitted by Rosana Silva (rosanassilva@hotmail.com) on 2021-10-19T17:12:43Z No. of bitstreams: 1 Tese de doutorado de Rosana dos Santos Silva.pdf: 79227840 bytes, checksum: a2b56d8000390377696791781fc0fdd9 (MD5) Approved for entry into archive by Isaac Viana da Cunha Araújo (isaac.cunha@ufba.br) on 2021-10-26T01:45:14Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Tese de doutorado de Rosana dos Santos Silva.pdf: 79227840 bytes, checksum: a2b56d8000390377696791781fc0fdd9 (MD5) Made available in DSpace on 2021-10-26T01:45:14Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Tese de doutorado de Rosana dos Santos Silva.pdf: 79227840 bytes, checksum: a2b56d8000390377696791781fc0fdd9 (MD5) Esta etnografia sobre a biomedicina investiga o aprendizado das emoções em um contexto institucional de formação médica. O trabalho de campo foi realizado em um hospital, especificamente em uma enfermaria de cardiologia. A escolha por essa unidade também envolveu a existência de uma simbólica social, na qual o coração é um órgão que aparece como um lugar das emoções. O interesse etnográfico está na aprendizagem como/na prática, já que a ideia central não é apenas saber o que se aprende sobre as emoções, mas como se aprende. Aprendizes, preceptores, outros profissionais de saúde, os pacientes, familiares, o sistema de saúde, e até o inesperado contexto da pandemia de COVID-19, em conjunto dão forma à realidade das emoções. A etnografia mostrou que aprende-se sobre emoções na formação médica de modo tácito, e que este aprendizado é caracterizado pelo controle das emoções, a privatização da subjetividade e a busca de objetivação das emoções vistas como elementos que não comporiam o aprendizado formal dos médicos, por não fazerem parte do seu real objeto: as doenças. Foram identificadas também diferenças no que diz respeito às experiências emotivas entre preceptores e aprendizes, que apontam para uma distinção na hierarquia médica associada não apenas a experiência, mas ao engajamento em distintas praticalidades. O trabalho etnográfico destacou ainda pontos de inflexão nesse modo hegemônico de aprender sobre emoções, enfatizando suas fissuras, que ficariam mais expostas na travessia da medicina dos livros, das peças, para a medicina dos vivos, quando se acompanha pessoas reais, em enfermarias reais. O aprendizado das emoções não é definitivo ou estanque, mas versões sobre emoções vão sendo produzidas de modo situado, a partir do engajamento dos atores no contexto de prática. Através destes achados da pesquisa, trago o debate sobre a potência das emoções para compreender a formação médica. Reconhecer que há um aprendizado sobre emoções na biomedicina ao invés de negar este fato, permite construir uma forma distinta de vê-la e de interpretá-la, o que possibilita a identificação dos dilemas que contornam o ensino e a prática médica. This ethnography on biomedicine researches the learning of emotions in an institutional context of medical education. Fieldwork was carried out in the cardiology ward of a University hospital. This choice was based on the idea of the symbolic idea of the heart being an organ central as a place of emotions. The ethnographic interest is in learning as / in practice, since the main idea behind this research is not only to know what is learned about emotions, but how this is learnt. Apprentices, tutors, other health professionals, patients, family members, the organization of the health system itself, and even the unexpected context of the COVID-19 pandemic, together shape the reality of emotions. The ethnographic work showed that learning about emotions in medical education is a tacit process, and that this learning is characterized by the control of emotions, the privatization of subjectivity and the search for an objectification of emotions, seen as elements that would not feature in the learning process of doctors, due to their being seen as outside of the real object of this learning process: diseases. Differences were also identified with regards to emotional experiences between preceptors and apprentices, pointing to a distinction in the medical hierarchy associated not only with experience, but with engagement in different practicalities. The ethnographic work also highlighted some inflection points in this hegemonic way of learning about emotions, emphasizing these fissures, which would be more exposed in the passage from the medicine of books, of pieces, to the medicine of the living, when treating real people, in real wards. The learning of emotions is not final nor fixed, rather, different versions of emotions are always being produced in a situated way, from the engagement of the actors in the context of practice. Through these research findings, I emphasize the power of emotions to help us understand fully what medical training entails. Recognizing that learning about emotions feature in biomedical learning context allows us to build a different way of seeing and interpreting this very learning process, enabling us to identify some dilemmas that surround medical teaching and practice.
Databáze: OpenAIRE