Espelho, espelho meu... [recurso eletrônico]:estudo da forma em Primeiras estórias, de João Guimarães Rosa/Viviane Michelline Veloso Danese ; orientador: Márcia Marques de Morais

Autor: Danese, Viviane Michelline Veloso
Přispěvatelé: Morais, Márcia Marques de Orientador, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.Programa de Pós-Graduação em Letras Instituição
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2019
Předmět:
Zdroj: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_MINAS
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC MINAS)
instacron:PUC_MINS
Popis: Tese (doutorado) - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Programa de Pós-Graduação em Letras Bibliografia: f. 92-96 A presente pesquisa tomou como hipótese a suspeita de que existe um modo de se fazer literatura em Guimarães Rosa, modo esse percebido pela forma com que as narrativas são organizadas nos livros do autor incidindo em uma produção de sentido. Apesar de tal hipótese ser bastante evidente em Primeiras estórias (1962), livro que revela uma arquitetura rebuscada, os poucos estudos críticos que interrogam a forma nas obras rosianas voltam-se, em sua maioria, para a análise de outras obras do autor como Corpo de Baile (1956), Tutameia (1967) e o romance Grande sertão: veredas (1956). Assim sendo ao ser evidenciada, nessa pesquisa, a estrutura de Primeiras estórias somada às percepções que problematizam a forma encontradas em estudos críticos que abordam outras obras do autor, é endossada a concepção da literatura rosiana vista enquanto projeto. Ao enfatizar a forma de Primeiras estórias objetiva-se explanar que, uma vez lida a obra, a estrutura formal se transforma, a linearidade do livro é desestabilizada rebatendo o leitor para seu meio. Tal arremesso é impulsionado tanto pela disposição das narrativas ao longo do livro, quanto pelo narrado. Também os elementos paratextuais encontrados nas primeiras edições de Primeiras estórias confluem com a ideia de recursividade e perturbação da forma linear. Esses elementos revelam o cuidado do autor com a forma do livro que configura-se como uma extensão do literário. Nessa construção orientada para o centro, encontramos bem no meio de Primeiras estórias o conto O Espelho que funciona como um eixo que movimenta-se sobre si mesmo e que articula as narrativas com o objeto livro. Ao se esquivar de uma fixação, O Espelho propaga movimentos centrípetos e centrífugos, o que significa dizer que o meio do livro dobra sobre si mesmo e que esse movimento faz com que o próprio livro e suas narrativas se desdobrem ao infinito. Nessa projeção, os contornos dos contos marginais, As Margens da Alegria e Os cimos, são esvaídos e eclodem a multiplicidade e a pluralidade, fazendo com que Primeiras estórias seja reconhecido, conforme nos diz Paulo Rónai ao prefaciar a obra, como o mais labiríntico dos livros de Guimarães Rosa, onde a perspectiva, a atmosfera e a temperatura emocional mudam mais de vinte vezes (RÓNAI, 2001, p.4). Palavras-chave: Guimarães Rosa. Primeiras estórias. Forma do livro. Meio. Recursividade This research started from the hypothesis that there is a specific way of making literature in Guimarães Rosa, a way that can be realized considering the narratives organization in his books production, focusing on a specific production of meaning. Although this hypothesis is very evident in Primeiras estórias (1962), a book that reveals an elaborate architecture, the few critical studies that investigates the form in the rosianas works turn, for the most part, to the analysis of other works of the author as Corpo de Baile (1956), Tutameia (1967) and the novel Grande sertão: veredas (1956). Thus, in the research, the structure of Primeiras estórias with the perceptions that problematize the form found in critical studies that approach other works of the author, is endorsed the conception of Rosian literature seen as a project. In emphasizing the form of Primeiras estórias, the objective is to explain that, once the work is read, the formal structure is transformed, the linearity of the book is destabilized and the reader is relegated to its surroundings. Such a pitch is driven both by the disposition of the narratives throughout the book, and by the narrative. Also the not textual elements found in the first editions of Primeiras estórias come together with the idea of recursion and perturbation of the linear form. These elements reveal the care of the author with the form of the book that configures itself as an extension of the literary. In this center-oriented construction, we find right in the middle of Primeiras estórias the tale "O Espelho", that works as an axis, which moves around itself and articulates the narratives with the book object. When dodging a fixation, "O Espelho" propagates centripetal and centrifugal movements, which means that the middle of the book doubles on itself and that this movement causes the book itself and its narratives to unfold to infinity. In this projection, the contours of the "marginal" stories, "As margens da Alegria" and "Os cimos" are exhausted and they hatch multiplicity and plurality, making Primeiras estórias recognized, as Paulo Rónai tells us in prefacing the work as the more labyrinthine of Guimarães Rosa's books, "where perspective, atmosphere and emotional temperature change more than twenty times" (RÓNAI, 2001, p.4). Keywords: Guimarães Rosa. Primeiras estórias. Book construction. Middle. Recursiveness.
Databáze: OpenAIRE