O efeito-equipe e a construção do caso clínico
Autor: | Aline Aguiar Mendes Vilela |
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Přispěvatelé: | Angela Maria Resende Vorcaro, Antonio Marcio Ribeiro Teixeira, Mônica Maria Farid Rahme, Fuad Kyrillos Neto, Cristiane de Freitas Cunha |
Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2014 |
Předmět: | |
Zdroj: | Repositório Institucional da UFMG Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) instacron:UFMG |
Popis: | Essa tese tem como objetivo central investigar como a noção de construção do clínico, apresentada por Freud no texto Construções em Análise (1937b/1975), pode contribuir para uma prática de construção do caso clínico com equipes no campo da saúde mental orientada,como nos diz Zenoni (2004), por um impossível da estrutura a que todos estamos confrontados, a um real que é do ser falante. No primeiro capítulo, fizemos uma contextualização de nossa prática, na qual apresentamos nosso trabalho com as equipes e uma reflexão sobre o que é nomeado na literatura psicanalítica como construção do caso clínico em instituições. No segundo capítulo, trabalhamos a noção de construção, que é tema do artigo de Freud Construções em Análise, como central na experiência analítica. A frase do poeta, destacada pelo psicanalista, nos permite entender as construções em análise como iscas de falsidade que fisgam uma carpa de verdade. Nesse sentido, a validade de uma construção pelo analista não pode ser considerada nem pelo simples aceite do analisando, tampouco pela autoridade do analista, mas sim por seus efeitos que podem ser recolhidos em fragmentos que remetem, por sua vez, a fragmentos do visto e do ouvido que acabam por nos conduzir ao que Freud (1937b/1975) nomeou nesse texto como fragmento de verdade histórica. Ao buscarmos entender o que seria tal fragmento de verdade histórica, encontramos a obra contemporânea ao texto Construções em Análise: O Homem Moisés e a religião monoteísta. No terceiro capítulo, propomos que aquilo que é nomeado como fragmento de verdade histórica é novamente trabalhado em sua obra sobre Moisés, na qual o inventor da psicanálise retoma sua teoria do trauma e a dimensão temporal que a define, ou seja, há uma primeira marca, recalcada originariamente, que vai retornar um tempo depois. Apenas é definido como traumático o que insiste na repetição e retorna. Assim, só sabemos o que é traumático posteriormente, como algo que insiste no sintoma obscuramente. No quarto capítulo, a reflexão instigada pelo texto de Moisés conduziu à leitura do seminário Avesso da Psicanálise. Nesse seminário, Lacan (1969-70/1992) analisa Moisés e o monoteísmo, Totem e Tabu e o Édipo, em Freud, como mito, ou seja, como uma narrativa épica para abordar o impossível da estrutura, o que, para nós, foi a chave para considerarmos aconstrução em psicanálise como uma forma de tocar o impossível da estrutura, a partir de uma lógica de constituição do sujeito pela linguagem. Por fim, chegamos ao quinto e último capítulo da tese, no qual retomamos a construção do caso com equipes de saúde mental à luz de nossa experiência. Isso nos permitiu sustentar nossa proposição, qual seja, a construção do caso clínico é um método psicanalítico com equipes de saúde mental que, ao se basear naimpossibilidade no seio da estrutura na qual o sujeito se engendra, poderá promover que um ou mais profissionais se deparem com o limite de um saber e possa produzir um saber concernido, o que denominamos efeito-equipe. This thesis has as its main goal to investigate how the notion of construction of the clinical case, presented by Freud in Constructions in Analysis (1937b/1975), can contribute to the praxis of construction of clinical cases with mental health teams, oriented, as Zenoni (2004) puts it, by an impossible of the structure with which we are all confronted, to a real inherent to the speaking being. In the first chapter, we put our praxis into context, presenting our work with teams, as well as a reflection on that which is named in the psychoanalytical literature as clinical case construction in institutions. In the second chapter, we develop the notion of construction, which is the subject of Freuds Constructions in Analysis, as being central to the analytical experience. The poets sentence, highlighted by Freud, allows us to understand the construction in analysis as a bait of falsehood that takes a carp of truth. Thusly, the validity of the analysts construction cannot be considered neither by sheer acquiescence from the patient, nor by the analysts authority, but rather by its effects, which can be gathered in fragments of what was seen and heard, which lead us back to that which Freud (1937b/1975) named in this text as fragment of historical truth. In the process of trying and understanding what would this fragment of historical truth be, we came across with Moses and monotheism, a work contemporary with Constructions in Analysis. In the third chapter, we propose that the fragment of historical truth is once more brought forth in his work on Moses, in which the inventor of psychoanalysis reappraises his theory of trauma and the temporal dimension which defines it, that is, there is a first mark, originally repressed, which will come back a while after. The traumatic is defined only as that which insists in repetition and returns. In that manner, we only know what is traumatic a posteriori, as something that obscurely insists in the symptom. In the forth chapter, the reflection instigated by the text on Moses lead us to the reading of the seminar The other side of psychoanalysis. In this seminar, Lacan (1969-70/1992) analysis Freuds Moses and monotheism, Totem and Taboo, and Oedipus as myths, that is, as epic narratives to approach the impossible of the structure, which was, for us, the key to consider the construction in psychoanalysis as a way to touch, from the logic of the subjects constitution through language, the impossible of the structure. Finally, we reach the fifth and last chapter of the thesis, in which we retake the case construction with mental health teams in light of an experience. This allowed us to support our proposition, that is, the construction of the clinical case is a psychoanalytical method used with mental health teams that, by grounding the impossibility in the core of the structure in which the subject engenders him/herself, will enable some professionals to face the limit of a knowledge and to produce a concerned knowledge, which we name team-effect. |
Databáze: | OpenAIRE |
Externí odkaz: |