Trabalho, militância e repressão no Recife: Júlia Santiago entre o DOPS e a fábrica (1933-1956)

Autor: Nunes, Guilherme Machado
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2022
Předmět:
Zdroj: Revista Mundos do Trabalho; Vol. 14 (2022); 1-19
Revista Mundos do Trabalho; v. 14 (2022); 1-19
Revista Mundos do Trabalho
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
instacron:UFSC
ISSN: 1984-9222
Popis: This paper aims to discuss the relationship between workers' militancy and repression in Recife through the path of Júlia Santiago da Conceição (1917-1988). During the democratic period (1945-1964), Pernambuco witnessed a series of political and social movements, and as a result of this effervescence would emerge, for example, communist parliamentarians, the election of Miguel Arraes as governor by the Frente do Recife (Recife Front) and the Ligas Camponesas (peasants Leagues) of Francisco Julião. Julia Santiago, however, was constantly persecuted by her bosses and arrested by Recife’s police as a result from her union activities and communist militancy. Despite being on the radar of the authorities – both factory’s and State’s – since, at least 1933, it was precisely after Estado Novo that she became the most watched and arrested. Reconstituting part of its trajectory, based on the principle of variation in the scale of analysis, it is intended to understand how militancy and repression in the workplace could coexist in the capital of Pernambuco, regardless of the current regime. O objetivo deste artigo é discutir as relações entre militância operária e repressão no Recife através da trajetória de Júlia Santiago da Conceição (1917-1988). Durante o período democrático (1945-1964), Pernambuco presenciou uma série de movimentos políticos e sociais, e, como resultado dessa efervescência, surgiriam, por exemplo, parlamentares comunistas, a eleição de Miguel Arraes como governador pela Frente do Recife e as Ligas Camponesas de Francisco Julião. Júlia Santiago, no entanto, foi constantemente perseguida por seus patrões e presa pela polícia recifense em função de suas atividades sindicais e sua militância comunista. Apesar de estar no radar das autoridades – da fábrica e do Estado – desde, pelo menos, 1933, foi justamente depois do Estado Novo que ela passou a ser mais vigiada e presa com frequência. Reconstituindo parte de sua trajetória, a partir do princípio da variação da escala de análise, pretende-se compreender como militância e repressão no local de trabalho poderiam coexistir na capital pernambucana, independente do regime vigente.
Databáze: OpenAIRE