A hostilização do (O)outro no contexto das eleições presidenciais de 2018
Autor: | Coriolano, Janaina Ferreira, Andrade, Eliane Righi de |
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Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2022 |
Předmět: | |
Zdroj: | Domínios de Lingu@gem; Vol. 16 No. 3 (2022): Número Atemático; 1075-1119 Domínios de Lingu@gem; Vol. 16 Núm. 3 (2022): Número Atemático; 1075-1119 Domínios de Lingu@gem; v. 16 n. 3 (2022): Número Atemático; 1075-1119 Domínios de Lingu@gem Universidade Federal de Uberlândia (UFU) instacron:UFU |
ISSN: | 1980-5799 |
Popis: | During the period of the 2018’s presidential election in Brazil a movement of polarization was observed, especially during the second round, which concentrated in the opposition between the groups that supported the candidates Jair Bolsonaro (PSL) and Fernando Haddad (PT). In this way this article aims to approach in which ways the polarized groups built representations around the opposite group and established a relationship with the (O)other in the discursive space of Twitter, since it was a space of wide spreading and (re)production of the polarized discourses. Is presented as corpus excerpts from posts that circulated on Twitter from October 7th to 27th, 2018. Besides, the Discourse Analysis, especially through discourse studies in French perspective, is taken as theoretical and analytical device, in order no work with the language and imagetic materiality of the utterances. The qualitative and interdisciplinary study seeks support in the methodological perspective of digital ethnography, in the way of conceiving and studying the polarized communities that surround the social media. The groups called as “communists” and “bolsominions”, according to the representations created in this period, established a relation of harassment with the (O)other, presenting sayings that offended, delegitimized and, in many moments, removed the (O)other of their position as a subject. The defense of an “absolute truth” by the groups contributed for the emergency of a discourse violence, using swearwords and ad hominem attacks. During the 2018’s election the (O)other was put as an “outsider”, taking, in many moments, the position as a “strange”, “abominable”. Durante o período das eleições presidenciais de 2018 no Brasil observou-se um grande movimento de polarização, principalmente no segundo turno, que se concentrou na oposição entre os grupos que apoiavam os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). Nesse sentido, o presente artigo busca abordar de que modo esses grupos polarizados construíram representações a respeito do grupo oposto e estabeleceram sua relação com o (O)outro no espaço discursivo do Twitter, visto que foi um espaço de grande circulação e (re)produção dos discursos polarizados. Apresenta-se como corpus recortes retirados de postagens no Twitter, circuladas no dia 7 a 27 de outubro de 2018. Além disso, a Análise do Discurso, principalmente via estudos do discurso de linha francesa, é tomada como dispositivo teórico-analítico, afim de trabalhar com a materialidade da língua e da imagem desses enunciados. O estudo qualitativo e interdisciplinar busca apoio na perspectiva metodológica da etnografia digital, no modo de conceber e estudar essas comunidades polarizadas que permeiam a rede social. Os grupos “apelidados” de “comunistas” e “bolsominions”, de acordo com representações criadas nesse período, estabeleceram uma relação de hostilidade com esse (O)outro, apresentando dizeres que ofendiam, deslegitimavam e, muitas vezes, retiravam o (O)outro de sua posição de sujeito. A defesa de uma “verdade” absoluta pelos grupos acabou por contribuir para a emergência de uma violência discursiva, com o uso de palavrões e ataques ad hominem. No período das eleições de 2018 o (O)outro foi colocado como um “de fora”, assumindo, muitas vezes, uma posição de “estranho”, “abominável”. |
Databáze: | OpenAIRE |
Externí odkaz: |