A frente ampla de oposição ao regime militar (1966-1968)

Autor: Marcio de Paiva Delgado
Přispěvatelé: Joao Pinto Furtado, Luis Eduardo de Oliveira, Ignacio Jose Godinho Delgado, Alcides Freire Ramos, Douglas Atilla Marcelino
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2013
Předmět:
Zdroj: Repositório Institucional da UFMG
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
Popis: Nos anos seguintes ao Golpe Civil-Militar de 1964, boa parte dos principais líderes políticos formados no período da Experiência Democrática (1945-1964) ou estavam exilados (João Goulart, Leonel Brizola e Miguel Arraes) ou cassados (Juscelino Kubitschek, Luis Carlos Prestes, Henrique Teixeira Lott, Adhemar de Barros e Jânio Quadros). Apenas Carlos Lacerda, ex-aliado golpista de primeira hora e maior liderança civil da UDN naquele momento, se destacava como a principal liderança civil oposicionista nos primeiros anos de governo Castelo Branco, sobretudo após a prorrogação do mandato presidencial e, finalmente, após a decretação do AI-2. Enquanto trabalhistas, comunistas e juscelinistas iniciavam conversações a fim de organizar um movimento de oposição a ditadura, a partir de meados de 1966, Lacerda e Kubitschek, através de emissários, iniciam entendimentos em busca de um movimento voltado para a redemocratização do país. A partir deste momento, lacerdistas, juscelinistas, trabalhistas e alguns comunistas ligados a Luis Carlos Prestes buscaram efetivar uma frente de oposição, que nasce oficialmente no Manifesto da Frente Ampla em outubro de 1966. Em novembro, Lacerda e Kubitschek selam acordo ao divulgar a Declaração de Lisboa. No ano seguinte, Lacerda e Goulart formalizam a polêmica aliança com a divulgação do Pacto de Montevidéu em setembro de 1967. Apesar de heterogênea, a Frente Ampla apresentava-se sem viés antirevolucionário, distante da oposição guerrilheira ou estudantil. Com a entrada de Goulart, a partir de inícios de 1968, a Frente Ampla passa a um período de maior mobilização, com comícios e atos públicos, entrementes a radicalização, sobretudo com o movimento estudantil pelo país. Contudo, a cinco de abril de 1968, o Ministro da Justiça emite a Portaria nº177 proibindo a Frente Ampla e considerando ilegal qualquer manifestação em seu nome. Os meses seguintes conheceriam o fechamento total do Regime até o AI-5 e a cassação de praticamente todos os membros da Frente Ampla, dentre eles Carlos Lacerda. Apresentaremos a trajetória histórica da Frente Ampla, de forma narrativa, sob a perspectiva das Culturas Políticas presentes no período, destacando o gradual processo de fechamento do Regime Militar e o baixo comprometimento da sociedade brasileira tanto direita quanto a nova esquerda com a democracia representativa existente no pré-1964. In the years after the 1964 Civil-Military Coup, many of the most important political leaders formed in the period known an Democratic Experience (1945-1964) either were exiled (João Goulart, Leonel Brizola and Miguel Arraes) or annulled (Juscelino Kubistschek, Luis Carlos Prestes, Henrique Teixeira Lott, Adhemar de Barros and Jânio Quadros). It was only Carlos Lacerda, ex-partner on the Coup and the main current civil leader of UDN (National Democratic Union), who raised as an opposing civil leader in the early years of Castello Brancos government, especially after the prorogation of the Presidential term and the AI-2 enactment. While the working-class, the communists and the Juscelinos political group started the conversations to organize an opposition to the dictatorship during the 1966s, Lacerda and Kubitschek, through his dealers, worked on agreements towards the process to redemocratize the country. From this moment on, Lacerdas and Juscelinos groups, some working-class members and some communists sided to Luis Carlos Prestes tried to carry out an opposing front, which was officially born in the Manifest of the Broad Front, on October 1966. In November, Lacerda and Kubitschek set an alliance and unveiled the Lisbon Declaration. In the following year, Lacerda and Goulart were connected in a polemic alliance as it was unveiled the Montevideo Pact on September 1967. Even though it was quite heterogeneous, the Broad Front had no antirevolutionary bias and it was very distant the opposing forces of the guerilla party or the student body. Along with Goularts term beginning and from the early 1968, the Broad Front stimulated a period of higher mobilization, with political rally and public acts, strengthened by a radicalization on the street movements, mainly the students ones. However, on April 5th 1968, in the midst of protests against the death of the student Edson Luis, the Minister of Justice published the administrative rule number 177, which prohibited the Broad Front actions and which considered illegal any manifestation under its name. The following months would reveal the total closure up to the AI-5 settlement and the annulment of all members of the Broad Front, including Carlos Lacerda. In this work, it will be show the historical trajectory of the Broad Front, in a narrative mood, under the perspective of the Political Cultures from this period, pointing out the gradual process of the Military system closure and the low engagement of Brazilian society both in its right and in its new left flag with the representative democracy in the pre-1964 era.
Databáze: OpenAIRE