Fatores associados às alterações neurocognitivas em pessoas vivendo com HIV maiores de 50 anos

Autor: Nascimento, Julio Cesar Matias do
Přispěvatelé: Ferreto , Lirane Elize Defante, Wendt, Guilherme Welter, Ferreto, Lirane Elize Defante, Vieira, Ana Paula, Silva, Danilo Rodrigues Pereira da
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2022
Předmět:
Zdroj: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do UNIOESTE
Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)
instacron:UNIOESTE
Popis: Submitted by Almir Squinsani (almir.squinsani@unioeste.br) on 2022-04-11T19:19:03Z No. of bitstreams: 2 Julio_Nascimento_2022.pdf: 4986024 bytes, checksum: 04e4253275fdce44afc60093f7a8fa8c (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) Made available in DSpace on 2022-04-11T19:19:03Z (GMT). No. of bitstreams: 2 Julio_Nascimento_2022.pdf: 4986024 bytes, checksum: 04e4253275fdce44afc60093f7a8fa8c (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) Previous issue date: 2022-03-14 ntroduction: With the advent of Antiretroviral Therapy (ART) it was noted that in recent years there has been improvement in the quality and life expectancy of people living with HIV (PLHIV) with the slowing of infection progression. As a result of prolonged exposure to both the virus and drugs and their toxicity, the role of HIV in the development of chronic diseases, even on ART, is evident. The Central Nervous System (CNS) is one of the tissues impacted by this infection, as even individuals with undetectable peripheral viral load have exhibited neurodegeneration, causing inflammation in the nervous tissue and contributing to the emergence of HIVassociated neurocognitive changes (HAND). HAND, including its most severe form, are more prevalent in PLHIV aged 50 years or older. Objective: The aim of this study was to identify the factors associated with neurocognitive changes in PLHIV aged 50 years and older. Methodology: This is a cross-sectional study, in patients over 50 years of age in follow-up at the Serviço de Atenção Especializada (SAE) Francisco Beltrão, Paraná, between April and November 2021. Were used as research instruments: sociodemographic questionnaire, Lawton scale, mini nutritional assessment (MAN), international HIV-associated dementia scale (IHDS), geriatric depression scale with 15 questions (GDS), gait speed (MV), fragility syndrome assessment, sarcopenia assessment. Results: 68.57% (n = 48) of the patients active in the SAE, older than 50 years and residents of Francisco Beltrão, Paraná, participated in the study, being 60.41% women (n = 29), 58.3% single (n = 14) or divorced (n = 14), with a mean age of 59.6 years. The mean age at diagnosis was 50.3 years, and the mean education level was 7.5 years. Participants had a mean of 1.7 diseases, with a mean use of 2.4 medications per patient. The mean current LT CD4+ was 561.5 cl/mm3, and 18.75% of the patients (n = 9) were classified as AIDS cases according to the Brazilian criteria. Current CV averaged 29241 cp/ml, and 89.58% of the participants had undetectable CV (n = 43). A total of 75% showed neurocognitive impairment by IHDS (n = 36), with 88.89% (n = 32) classified as asymptomatic (ANI) and the other 11.11% (n = 4) in the mild/moderate form (MND) of HAND. Conclusion: HAND is highly frequent in PLHIV older than 50 years, even on ART and undetectable CV, with the asymptomatic form being the most present. There were positive correlations for schooling, MAN and viral load at diagnosis and cognitive performance, as well as negative correlations for the number of diseases, number of medications and blood glucose, however, in the final model only education, viral load at diagnosis, and blood glucose remained as associated factors, together explaining 46% of the variability in the IHDS. Despite the relevance of this theme, neurocognitive assessment is not a reality in the routine of most health services that attend PWLH. Early diagnosis of HAND is important for better patient prognosis. Introdução: Com o advento da Terapia Antirretroviral (TARV) notou-se que nos últimos anos houve melhora da qualidade e expectativa de vida das pessoas vivendo com HIV (PVHIV) com o retardo da progressão da infecção. Como resultado da exposição prolongada tanto ao vírus como aos fármacos e sua toxicidade, o papel do HIV no desenvolvimento de doenças crônicas, mesmo em uso da TARV, é evidente. O Sistema Nervoso Central (SNC) é um dos tecidos que sofre impacto nesta infecção, pois mesmo os indivíduos com carga viral periférica indetectável têm apresentado neurodegeneração, causando inflamação no tecido nervoso e colaborando para o surgimento de alterações neurocognitivas associadas ao HIV (HAND). As HAND, incluindo sua forma mais grave, são mais prevalentes em PVHIV com mais de 50 anos. Objetivo: Objetivou-se neste estudo identificar os fatores associados às alterações neurocognitivas em PVHIV maiores de 50 anos. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, em pacientes maiores de 50 anos em acompanhamento no Serviço de Atenção Especializada (SAE) Francisco Beltrão, Paraná, entre abril e novembro de 2021. Foram utilizados como instrumentos de pesquisa: questionário sociodemográfico, escala de Lawton, miniavaliação nutricional (MAN), escala internacional de demência associada ao HIV (IHDS), escala de depressão geriátrica com 15 questões (GDS), velocidade da marcha (VM), avaliação de síndrome de fragilidade, avaliação de sarcopenia. Resultados: 68,57% (n = 48) dos pacientes ativos no SAE, com mais de 50 anos e residentes em Francisco Beltrão, Paraná, participaram do estudo, sendo 60,41% mulheres (n = 29), 58,3% solteiros (n = 14) ou divorciados (n = 14), com idade média de 59,6 anos. A idade no diagnóstico obteve uma média de 50,3 anos e a escolaridade 7,5 anos. Os participantes apresentaram uma média de 1,7 doenças, com média do uso de 2,4 medicamentos por paciente. A média atual de LT CD4+ foi de 561,5 cl/mm3, sendo classificados como caso de AIDS, pelo critério brasileiro, 18,75% dos pacientes (n = 9). A CV atual obteve média de 29241 cp/ml, sendo que 89,58% dos participantes estavam atualmente com CV indetectável (n = 43). Um total de 75% apresentou comprometimento neurocognitivo pela IHDS (n = 36), sendo que 88,89% (n = 32) foram classificados assintomáticos (ANI) e os outros 11,11% (n = 4) na forma leve/moderada (MND) de HAND. Conclusão: HAND é altamente frequente em PVHIV maiores de 50 anos, mesmo em uso de TARV e CV indetectável, sendo a forma assintomática a mais presente. Houve correlações positivas para a escolaridade, MAN e carga viral no diagnóstico e desempenho cognitivo, bem como, correlações negativas para o número de doenças, número de medicamentos e glicemia, entretanto, no modelo final somente a escolaridade, a carga viral no diagnóstico e a glicemia permaneceram como fatores associados, explicando, juntas, 46% da variabilidade do IHDS. Apesar da relevância desta temática, a avaliação neurocognitiva não constitui uma realidade na rotina da maioria dos serviços de saúde que atendem PWLH. Diagnosticar precocemente as HAND é importante para melhor prognóstico do paciente.
Databáze: OpenAIRE