Iconicidade na comunicação hipnótica

Autor: Gonçalves, Hugo Nogueira
Přispěvatelé: Neubern, Maurício da Silva
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2019
Předmět:
Zdroj: Repositório Institucional da UnB
Universidade de Brasília (UnB)
instacron:UNB
Popis: Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2019. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Esta dissertação, por meio de uma elaboração teórica, tem como objetivo de compreender o papel da iconicidade na comunicação hipnótica, especialmente sua participação na reconfiguração de experiências e o modo que se apresenta nas técnicas hipnóticas de Milton Erickson. Partindo do conceito de iconicidade, capacidade dos signos de transmitirem qualidades de seus objetos, destaca-se como este pode trazer esclarecimentos sobre a forma que a comunicação hipnótica favorece reconfigurações de experiência e sobre as especificidades dos processos comunicativos das técnicas de Milton Erickson. O trabalho foi dividido em um capítulo de fundamentação teórica onde se encontram detalhados conceitos importantes aos campos da semiótica e da hipnose; um capítulo de aproximações e implicações teóricas no qual são traçadas relações entre o pensamento de Charles Peirce e Milton Erickson e as implicações que seus estudos trazem às questões da indução hipnótica e a forma de se pensar a consciência; três capítulos nos quais constam estudos de casos de Milton Erickson seguidos de discussões clínicas e aproximações entre as técnicas hipnóticas aos níveis fenomenológicos da experiência e às produções semióticas correspondentes, focando aspectos de iconicidade; e considerações finais onde desenvolveu-se reflexões gerais sobre os temas do estudo, ressaltando as características em termos de iconicidade, a técnica hipnótica e a reconfiguração da experiência, assim como discutiu-se possíveis contribuições referentes à dicotomia entre padrões e processos simbólicos. Desta forma, a fundamentação teórica expôs as bases fenomenológicas de Peirce, seu conceito de signo e semiose, as classes relação entre signos e seus elementos e a noção de iconicidade que surge de sua obra. Em relação a hipnose, descreveu a trajetória de Milton Erickson, seus princípios clínicos com ênfase na utilização, uma breve descrição de técnicas principais e os fenômenos hipnóticos que são capazes de suscitar. O capítulo de aproximações e implicações teóricas demonstra o pensamento pragmático e a apreciação fenomenológica que perpassa a obra de ambos, e os possíveis motivos de diferentes formas de divulgação de seus pensamentos. Também se elaborou sobre a predominância de uma dimensão Primeira na experiência de transe e como difere do estado de vigília, o teor icônico e remático da comunicação indireta de Milton Erickson, e novas possibilidades de se pensar a indução hipnótica. No capítulo de iconicidade no entremeamento descreve como a técnica elabora uma regularidade simbólica junto às leis de funcionamento do sujeito e insere signos capazes de alterar a formas de atuação vigentes. No caso do capítulo 4, os contos de história demonstraram uma grande capacidade de comunicação alegórica, mesmo enquanto exercem outras funções relativas à manutenção e potencialização de sugestões. O último estudo de caso caracteriza o drama enquanto uma forma de comunicação metafórica ou alegórica que, através do papel dramático, influência os processos interpretativos do sujeito. As considerações finais destacam como a iconicidade da comunicação hipnótica, em todos os casos apresentados, faz emergir no sujeito ícones dos quais se constituem novas formas de configuração, e como esta perspectiva escapa reificações em torno de padrões e produção de significados. This dissertation, through a theoretical elaboration, aims to understand the role of iconicity in hypnotic communication, especially its participation in the reconfiguration of experiences and the way that presents itself in the hypnotic techniques of Milton Erickson. Starting from the concept of iconicity, the signs capacity to transmit it’s objects qualities, it’s emphasized how it can clarify the way that hypnotic communication favors reconfigurations of experience and the specificities of the communicative processes of Milton Erickson’s techniques. The work was divided in a chapter of theoretical foundation where concepts important to the fields of semiotics and hypnosis are detailed; a chapter of approximations and theoretical implications in which are drawn relations between the thought of Charles Peirce and Milton Erickson and the implications that his studies bring to the questions of hypnotic induction and the way of thinking consciousness; three chapters which contain case studies of Milton Erickson are followed by clinical discussions and approximations between the hypnotic techniques at the phenomenological levels of experience and corresponding semiotic productions, focusing on aspects of iconicity; and final considerations, where general reflections about the study’s themes were developed, emphasizing the characteristics in terms of iconicity, hypnotic technique and reconfiguration of the experience, as well as possible contributions regarding the dichotomy between patterns and symbolic processes. As such, the theoretical foundation presented the phenomenological bases of Peirce, his concepts of sign and semiosis, the relation between signs and their elements and the notion of iconicity that arises from his work. In relation to hypnosis, it described Milton Erickson's trajectory, his clinical principles with emphasis on utilization, a brief description of major techniques, and the hypnotic phenomena that they are capable of eliciting. The chapter on approximations and theoretical implications demonstrates the pragmatic thinking and phenomenological appreciation that permeates the work of both, and the possible motives for such different ways of spreading their knowledge. It also elaborates on the predominance of a First dimension in the trance experience and how it differs from the waking state, the iconic and rhetorical content of Milton Erickson's indirect communication, and new possibilities for hypnotic induction. In the chapter of iconicity in the interpersal technique it describes how the technique creates a symbolic regularity next to the laws of functioning of the subject and inserts signs capable of altering the current forms of actuation. In the case of chapter 4, storytelling has demonstrated a great capacity for allegorical communication, even while performing other functions related to the maintenance and potentialization of suggestions. The latter case study characterizes drama as a form of metaphorical or allegorical communication that, through the dramatic role, influences the interpretation processes of the subject. The final considerations highlight how the iconicity of hypnotic communication, in all the cases presented, elicits in the subject icons that constitute new forms of configuration, and how this perspective escapes reifications surrounding patterns and meaning production.
Databáze: OpenAIRE