Aspectos prosódicos de duração e pausa de agrupamentos numéricos de telefone móvel: um enfoque na libras

Autor: Marques, Ewerton Carlos Matos
Přispěvatelé: Oliveira Jr, Miguel, Almeida, Ayane Nazarela Santos de, Leite, Camila Tavares, Silva, Jair Barbosa da
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2020
Předmět:
Zdroj: Repositório Institucional da Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
instacron:UFAL
Popis: The numerical groupings in Brazilian Sign Language - Libras, like any other language, are made up of regular and fixed linguistic structures that integrate expressions whose meaning depends on maintaining the order of their constituents. Although we have, in Libras, some intuition about how its structural organization is established, there are no studies that investigate which prosodic characteristics are involved in this type of linguistic modality. Thus, this research aims to describe how cell numbers are structured by fluent deaf signers in Libras. The importance of this study refers to the contribution to a little explored area: the prosody of sign languages. The role of prosody in the interaction in sign languages is evidenced by Leite (2008) who segments the discourse through the presence of prosodic groupings. The prosody of numbers is emphasized by Almeida (2017) who describes the role of prosody in the composition of the structure of nominal numbers in Brazilian Portuguese and by Musiliyu (2014) who identified intonational patterns of numerical groupings associated with telephone numbers in Brazilian Portuguese. We then seek to observe the prosodic behavior in the realization of the groupings in Libras. The methodology used is organized in stages: (i) data collection through interview in Libras through spontaneous signaling and reading of numerical groupings projected through slides; (ii) segmentation and annotation of interviews at ELAN; (iii) transfer of the annotations made in ELAN, to a file with Praat textgrid extension (BOERSMA, 2001) to automate, through the Analyze tier script (HIRST, 2012), the duration values necessary for data analysis, identifying the duration and the pause indicators performed when signaling telephone numbers, as well as what characterizes them as prosodic groupings that define their structure. The results revealed that the preference of the Deaf in signaling cell numbers seems to be using a decimal organization in units and subdividing the grouping into binary or even ternary prosodic units. We did not identify a pattern of numerical frequency distribution, neither in the data read nor in the spontaneous data, since we did not identify statistically significant differences between the frequencies of numerical distribution presented by the research participants. We identified both in the reading data and in the personal data, the signaling of numbers located in a pre-border position with a significantly longer duration than the numbers that were not located in a border position, which indicates an elongation of the signal as a marking clue prosodic frontier. On the other hand, our findings reveal that the pause does not seem to be a relevant prosodic parameter to mark the boundary between prosodic units in signaling cellular numerical clusters. With regard to the duration of the numerical groupings as a whole, when comparing read and spontaneous data, we did not find any statistically significant differences between such duration values. Os agrupamentos numéricos em Língua Brasileira de Sinais – Libras, assim como qualquer outra língua, são constituídos por estruturas linguísticas regulares e fixas que integram expressões cujo significado depende da manutenção da ordem de seus constituintes. Apesar de termos, na Libras, alguma intuição sobre como se estabelece sua organização estrutural, não há estudos que investiguem quais características prosódicas estão envolvidas nesse tipo de modalidade linguística. Desse modo, esta pesquisa objetiva descrever como os números de celular são estruturados por sinalizantes surdos fluentes em Libras. A importância deste estudo refere-se à contribuição para uma área pouco explorada: a prosódia das línguas de sinais. O papel da prosódia na interação em línguas de sinais é evidenciado por Leite (2008) que segmenta o discurso através da presença de agrupamentos prosódicos. A prosódia de números é enfatizada por Almeida (2017) que descreve o papel da prosódia na composição da estrutura de números nominais no português brasileiro e por Musiliyu (2014) que identificou padrões entoacionais de agrupamentos numéricos associados a números de telefone no português brasileiro. O objetivo desta pesquisa é observar o comportamento prosódico na realização dos agrupamentos numéricos na Libras. A metodologia utilizada organiza-se em três etapas: (i) coleta de dados por meio de entrevista em Libras através de sinalização espontânea e leitura de agrupamentos numéricos projetados através de slides; (ii) segmentação e anotação das entrevistas no ELAN; (iii) transferência das anotações realizadas no ELAN, para arquivo com extensão textgrid do Praat (BOERSMA, 2001) para automatizar, por meio do script Analyse tier (HIRST, 2012), os valores de duração necessários para análise dos dados, identificando a duração e os indicadores de pausa realizados durante a sinalização dos números de telefone, bem como o que os caracterizam enquanto agrupamentos prosódicos que definem sua estrutura. Os resultados revelaram que a preferência dos Surdos de Maceió-AL na sinalização dos números de celular parece ser utilizando uma organização decimal em unidades e subdividindo o agrupamento em unidades prosódicas binárias ou até ternárias. Não identificamos um padrão de distribuição de frequência numérica, nem nos dados lidos, nem nos dados espontâneos, uma vez que não identificamos diferenças estatisticamente significativas entre as frequências de distribuição numérica apresentadas pelos participantes da pesquisa. Identificamos tanto nos dados de leitura, quanto nos espontâneos, a sinalização dos números localizados em posição pré-fronteira com uma duração significativamente maior do que os números que não estavam localizados em posição de fronteira, o que indica um alongamento do sinal como pista de marcação da fronteira prosódica. Por outro lado, nossos achados revelam que a pausa não parece ser parâmetro prosódico relevante para marcar fronteira entre unidades prosódicas na sinalização de agrupamentos numéricos de celular. No que se refere à duração dos agrupamentos numéricos como um todo, ao comparar dados lidos e espontâneos, não constatamos diferenças estatisticamente significativas entre tais valores de duração.
Databáze: OpenAIRE