Violence and pain in narratives of transgender women in Manaus

Autor: Santos, Marcio Gonçalves dos
Přispěvatelé: Carrara, Sergio Luís, Sívori, Horacio Federico, Silva, Iolete Ribeiro da, Candotti, Fabio Magalhães, Jesus, Fátima Weiss de
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2019
Předmět:
Zdroj: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
instacron:UERJ
Popis: Submitted by Boris Flegr (boris@uerj.br) on 2020-08-02T16:49:46Z No. of bitstreams: 1 TESE MARCIO SANTOS.pdf: 5082551 bytes, checksum: 314abf0a5a67f4866d60827d2809062b (MD5) Made available in DSpace on 2020-08-02T16:49:46Z (GMT). No. of bitstreams: 1 TESE MARCIO SANTOS.pdf: 5082551 bytes, checksum: 314abf0a5a67f4866d60827d2809062b (MD5) Previous issue date: 2019-05-28 The marks left by violence cause pains that often do not seem obvious to those who count them. This is particularly due to the work of time (Das, 2007) that somehow gives us the opportunity to recount these stories with other colors and intensities. This dissertation tries to enter the life histories of eight transsexual women in order to contribute to the analysis of the violence to which these women are subjected, identifying the articulation of the violence against this population with the process of risk and social vulnerability to which they are exposed. Based on the life history method, we sought to collect information about the participants' various life stages, from childhood to adulthood, and their interactions in the family, at school, at work, in loving relationships, in care services. For this, an interview script was used, producing narratives that were recorded, transcribed and analyzed. The analyzes of these histories were proposed in two ways: the first one in which we captured the complete history of four interlocutors, and then we made interlocutions with the pains counted by them; the second where we cross the lines of the four narrators, articulating an endless spectacle of violence. Authors like Gail Mason (2002) and Rita Segato (2003) as well as the work of several researchers subsidized the analyzes and contributed in the amplification of this debate suggesting a critical look beyond essentialist visions on gender and sexuality. On the interlocutions between violence and pain, we perceive that the pain felt at the moment of the event is retold in a different way, even not being pain, and that sometimes it is maneuvered by silence and forgetfulness. Violence and violations as an endless spectacle point out that they will never cease to exist, but that it is the construction of protection and security strategies to reduce the process of victimization of the interviewees. As marcas deixadas pela violência causam dores que muitas vezes não parecem óbvias para quem as contam. Isso se deve particularmente ao trabalho do tempo (Das, 2007) que de alguma forma nos oportuniza recontar essas histórias com outras cores e intensidades. Esta tese busca adentrar as histórias de vida de oito mulheres transexuais a fim de contribuir à análise das violências às quais essas mulheres são submetidas, identificando a articulação das violências contra essa população com o processo de risco e vulnerabilidade social a que estão expostas. A partir do método de história de vida, buscou-se coletar informações sobre várias etapas de vida das participantes, da infância à vida adulta, e suas interações na família, na escola, no trabalho, nos relacionamentos amorosos, nos serviços assistenciais. Para isso, utilizou-se um roteiro de entrevista que produziu narrativas que foram gravadas, transcritas e analisadas. As análises dessas histórias foram propostas de duas formas: a primeira em que capturamos a história completa de quatro interlocutoras para em seguida tecermos interlocuções com as dores contadas por elas; a segunda onde cruzamos as falas das quatro narradoras, articulando um interminável espetáculo da violência. Autoras como Gail Mason (2002) e Rita Segato (2003) bem como o trabalho de vários pesquisadores subsidiaram as análises e contribuíram na ampliação desse debate sugerindo um olhar crítico para além de visões essencialistas sobre gênero e sexualidade. Sobre as interlocuções entre violência e dor, percebemos que a dor sentida no momento do evento, é recontada de forma diferente, chegando mesmo a não ser dor, e que às vezes é manobrada pelo silêncio e o esquecimento. As violências e as violações como um interminável espetáculo apontam que elas jamais deixarão de existir, mas a construção de estratégias de proteção e segurança pode auxiliar na redução do processo de vitimização das entrevistadas, fornecendo-lhes capacidades de enfrentamento e resistência mesmo em contextos sociais adversos.
Databáze: OpenAIRE