Hannah Arendt: uma leitora de Maquiavel

Autor: Coelho, Maria Francisca Pinheiro
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2014
Předmět:
Zdroj: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Universidade Federal do Ceará (UFC)
instacron:UFC
Popis: O interesse pela obra de Hannah Arendt provém, comumente, de sua reflexão sobre a política como o espaço da pluralidade e da liberdade. Viver como ser distinto entre iguais constitui a premissa de seu pensamento político. A pluralidade é a condição da ação humana “pelo fato de sermos todos os mesmos, isto é, humanos, sem que ninguém seja exatamente igual a qualquer pessoa que tenha existido, exista ou venha a existir” (ARENDT, 1987, p. 16). E por ser a ação a atividade política por excelência, a esfera pública, o espaço comum compartilhado, pressupõe a liberdade. O preceito da liberdade foi criado ao mesmo tempo em que o homem: “A liberdade, como a capacidade interior do homem, equivale à capacidade de começar, do mesmo modo que a liberdade política equivale a um espaço que permita o movimento entre os homens” (1989a, p. 525). A política é uma maneira ampliada de pensar: pensar com o outro e no lugar de todos os outros. O poder corresponde à capacidade humana não somente de agir, mas agir de comum acordo. A violência se distingue do poder por ser uma ação instrumental e, por isso mesmo, precisa de justifi cativa. Com base nesses conceitos, como explicar o interesse tão grande de Hannah Arendt pela obra de Maquiavel e sua frequente interlocução com o pensamento do autor? Como entender a conexão do pensamento de uma autora tão preocupada com a dimensão libertária da política com Maquiavel, cuja compreensão da política se vincula à conquista e manutenção do poder? O presente trabalho procura se reportar à recepção de Maquiavel no pensamento de Hannah Arendt. A partir das referências de Arendt ao autor e da interpretação de suas ideias, tenta-se aqui reconstruir os elos do diálogo entre ambos...
Databáze: OpenAIRE