O corpo negro na escola: trilhas de uma educação do sentir para pensar as relações étnico-raciais
Autor: | Aquino, Maria Elizabete Sobral Paiva de |
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Přispěvatelé: | Medeiros, Rosie Marie Nascimento de, Nóbrega, Terezinha Petrucia da, Assunção, Luiz Carvalho de, Viana, Raimundo Nonato Assunção, Pinho, Vilma Aparecida de, Costa, Elaine Melo de Brito, Porpino, Karenine de Oliveira |
Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2020 |
Předmět: | |
Zdroj: | Repositório Institucional da UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) instacron:UFRN |
Popis: | Esta tese defende que a visibilidade do corpo negro na escola pode-se dar a partir de uma educação que desvele o sentir no campo das relações étnico-raciais, considerando a estesiologia e a intercorporeidade como referências para as experiências pedagógicas na escola. Essas referências fenomenológicas se configuram pela possibilidade de considerar um corpo poroso, corpo que ultrapassa a cisão biológica e cultural, que é atravessado pelas sensações, pela motricidade, pela experiência vivida, pelos afetos. O trabalho tem como objetivo descrever e refletir a respeito de experiências pedagógicas no contexto educativo considerando as relações étnico-raciais sob um olhar estesiológico, bem como refletir sobre os sentidos do corpo negro a partir de experiências compartilhadas com estudantes e discutir as relações étnico-raciais no contexto escolar tendo como foco as noções de estesiologia e intercorporeidade. A investigação ancora-se na atitude fenomenológica de Merleau-Ponty como referencial teórico-metodológico, pauta-se na experiência vivida que situa o corpo, o outro e o sensível no processo do conhecimento. Ressignificar o corpo negro na educação pela experiência estética do sentir com o outro, tendo como foco a fenomenologia, implica em reaprender a ver o corpo negro, pois é esse corpo que sente, percebe e compreende a presença do outro. Associado a Merleau-Ponty, a fórmula de pathos proposta por Aby Warburg, é tomada também como referência metodológica para a criação de pranchas com imagens que pretendem incitar a montagem dos tempos e dos sentidos, como a memória e a empatia. Para a construção textual recorre-se à metáfora de uma trilha para desvelar as experiências educativas com estudantes do ensino médio do IFRN, campus Ceará-Mirim, em três situações: atividades do Grupo Cachos (formado por estudantes negras), encontros com Comunidades Quilombolas e apreciações fílmicas. Tendo a redução fenomenológica como empreendimento da pesquisa, são desvelados os sentidos das visibilidades do corpo negro, da ancestralidade e da escuta do outro. Trata-se de pensar uma educação enovelada com a sensibilidade, que permita pensar e sentir o corpo negro no mundo de toda gente, que produza uma troca de saberes inscritos na experiência a partir da intercorporeidade e da estesiologia. Tais saberes se estabelecem na relação com o outro e reverberam em acolhimento, cumplicidade e respeito a serem cultivados no contexto das relações étnico-raciais na escola. This thesis defends that the visibility of the black body at high school can be based on an education that reveals the feeling in the field of ethnic-racial relations, considering esthesiology and intercorporeality as references for pedagogical experiences at school. These phenomenological references are configured by the possibility of considering a porous body, a body that surpasses the biological and cultural split, which is crossed by sensations, motricity, lived experience, affections. The work aims to describe and reflect on pedagogical experiences in the educational context by considering ethnic-racial relations from an esthesiological perspective, as well as reflecting on the meanings of the black from experiences shared with students and discussing ethnic-racial relations in the school context focusing on the notions of esthesiology and intercorporeality. The investigation is anchored in the phenomenological attitude of Merleau-Ponty as a theoreticalmethodological framework, based on the lived experience that situates the body, the other and the sensitive in the process of knowledge. By redefining the black body in education through the aesthetic experience of feeling with the other, focusing on phenomenology, implies relearning how to see the black, because it is this body that feels, perceives and understands the presence of the other. In addition to Merleau-Ponty, the pathos formula proposed by Aby Warburg, is also taken as a methodological reference for the creation of boards with pictures that intend to incite the assembly of times and senses, such as memory and empathy. To do this, the metaphor of a pathway is used to unveil the educational experiences with high school students from IFRN, Ceará-Mirim campus, in three situations: activities of the Cachos Group (formed by black students), meetings with Quilombola Communities and film appreciation. With phenomenological reduction as a research undertaking, the senses of the visibilities of the black body, ancestry and listening to the other are unveiled. It is thinking about an education that is tangled with sensitivity whereby thinking and feeling the black body in the world of all people produces an exchange of knowledge inscribed in the experience from intercorporeity and esthesiology. Such knowledge is established in the relationship with the other and reverberated in welcoming, complicity and respect to be cultivated in the context of ethnic racial relations in education. |
Databáze: | OpenAIRE |
Externí odkaz: |