'O Computador Disse Não' ou O Apagamento do Humano

Autor: Cholodenko, Alan
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2022
Předmět:
Zdroj: Lumina; v. 16 n. 1 (2022); 4-27
Revista Lumina
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
instacron:UFJF
ISSN: 1981-4070
1516-0785
Popis: A partir do esquete “O Computador Disse Não” da comédia inglesa Pequena Bretanha (2000-2007), do ensaio descontrucionista “Accounterability”, de Peggy Kamuf, do regime disciplinar de Michel Foucault e da invocação de Jean Baudrillard para “esquecer Foucault”, este ensaio elabora o dispositivo do arconte e arquivo “contemporâneo”: o computador, o governador e condutor de tudo, inclusive de todos os indivíduos, discursos, instituições e tecnologias, elaborando o apagamento do computador — seu deletar — não apenas da memória humana (em todos os seus modos, cultural, pessoal, coletivo etc.) em seu arquivo, exceto o próprio humano. Enquanto postula todas as tecnologias como animadoras, portanto reanimadoras, no caso do computador, o último como animador, afirma-o ser ainda mais. Pois o computador é aquela rara tecnologia, não apenas um reanimador global, mas da época, o reanimador hiperanimado da realidade como hiper-realidade, inclusive de memória como hipermemória e tempo como hipertempo, em que o contemporâneo (significando com tempo) é ele mesmo esvaziado. E elucida que Cholodenko chama o “regime da accountability”, no qual o humano é humano na medida em que imita o computador, um mundo cibernético no qual computação, números, regras governam, e a quantidade é a nova qualidade — um mundo de ciborgs, que Cholodenko nomeia realidade “hiperzumbi”, de “morte cerebral” — um mundo no qual, ironicamente, aumenta a quantidade e a indeterminação reina. Enquanto Jaan Tallinn, Stephen Hawking, Elon Musk e outros expressam medo por um futuro de Singularidade de Inteligência Geral Artificial (AGIS), o ensaio delineia um mundo em que essa Singularidade já é uma “realidade”.
Databáze: OpenAIRE