A política bilíngue e as práticas docentes para a aquisição das línguas do surdo no ensino fundamental I

Autor: Fernandes, Francyllayans Karla da Silva
Přispěvatelé: Araújo, Edineide Jezine Mesquita
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2021
Předmět:
Zdroj: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFPB
Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
instacron:UFPB
Popis: This research analyzes the conceptual and practical conditions of effectiveness of bilingual policies for the deaf included in regular school. These national educational policies determine the inclusion of differences in regular school, among them the deaf student who needs to have his language as a mediating tool in the process of teaching and learning. However, sign language is not effectively part of the regular school, because the inclusive school is mostly composed of listeners who use oral language and have another culture. Thus, the deaf experience linguistic isolation and the erasure of their identity, so it is essential to discuss the scenario of text production and practice of inclusive and bilingual educational policies. In this context, it is in the analysis between what is said and what is done that one understands the reality of the inclusion of the deaf and their language in regular school. Even with the strengthening of the struggle for the recognition of linguistic difference and identity of the deaf, he remains isolated in his language, as if Libras still occupied a strange and unknown place. The Laws No. 10.436 of 2002 and No. 10.098 of 2000, as well as Decree No. 5626 of 2005, enabled the recognition of the importance of sign language for the deaf, as well as their linguistic, cultural and identity differences coined by the socioanthropological view of deafness. However, there are still gaps in the use of Libras as L1 in educational practice and in the constitution of the bilingual environment within the legal and inclusive perspective in regular school. In these terms, the objective of this research is to analyze the implementation of bilingual education policy for the deaf in inclusive school in Canguaretama-RN. For this, we highlight the Libras as a language and means of expression, communication and cultural belonging of a people, so it is constitutive of the deaf person's life, including their school learning process, even if it does not determine the effectiveness of an inclusive bilingual process. From this perspective, the research is a case study that follows the qualitative methodology approach using interviews and non-participant observation to collect data. The research took place in a public school in the municipality of Canguaretama-RN and was composed of two Elementary I teachers, one from the 2nd and the other from the 3rd grade, the school coordinator and the school manager. Both teachers have a deaf student included in their classroom. Through data collected in interviews and observations, it was possible to verify that the indications of bilingual policy are not being effective in inclusive school, because deaf children are subjected to listener methodology with the teaching of L2 before the acquisition of L1, making it impossible communicative relations, since the school has no interpreter of Libras and teachers, coordinator and manager have no training in sign language or deaf education. Thus, deaf children are immersed in a segregationist process, since they are included, but isolated. Nenhuma A presente pesquisa analisa as condições conceituais e práticas de efetivação das políticas bilíngues para o surdo incluído na escola regular. Essas políticas educacionais nacionais determinam a inclusão das diferenças na escola regular, dentre elas a do (a) aluno (a) surdo (a) que precisa ter sua língua como instrumento de mediação no processo de ensino e aprendizagem. Contudo, a língua de sinais não faz parte efetivamente da escola regular, pois a escola inclusiva é, em sua maioria, composta por ouvintes que utilizam a língua oral e possuem outra cultura. Desse modo, o surdo vivencia o isolamento linguístico e o apagamento da sua identidade, por isso dialogar sobre o cenário de produção de texto e de prática das políticas educacionais inclusivas e bilíngues é fundamental. Nesse contexto, é na análise entre o que é dito e feito que se compreende a realidade da inclusão do surdo e da sua língua na escola regular. Mesmo com o fortalecimento da luta pelo reconhecimento da diferença linguística e identitária do surdo, ele continua isolado em sua língua, como se a Libras ocupasse, ainda, um lugar estranho e desconhecido. As Leis nº 10.436 de 2002 e nº 10.098 de 2000, do mesmo modo que o Decreto nº 5.626 de 2005, possibilitaram o reconhecimento da importância da língua de sinais para os surdos, bem como das suas diferenças linguística, cultural e de identidade cunhadas pela visão socioantropológica da surdez. No entanto, ainda existem lacunas para utilização da Libras como L1 na prática educacional e na constituição do ambiente bilíngue dentro da perspectiva legal e inclusiva na escola regular. Nesses termos, o objetivo da pesquisa é analisar a implementação da política de ensino bilíngue para os surdos na escola inclusiva em Canguaretama-RN. Para isso, destaca-se a Libras enquanto língua e meio de expressão, comunicação e pertencimento cultural de um povo, por isso é constitutiva da vida da pessoa surda, inclusive de seu processo de aprendizagem escolar, mesmo que não determine a efetivação de um processo bilíngue inclusivo. Sob essa perspectiva, a pesquisa é um estudo de caso que segue a abordagem da metodologia qualitativa recorrendo à entrevista e à observação não participante para realizar a coleta de dados. A pesquisa se deu em uma escola pública do município de Canguaretama-RN e foi composta por duas professoras do Ensino Fundamental I, sendo uma da turma do 2º ano e outra do 3º ano, a coordenadora da escola e o gestor. Ambas as professoras possuem um aluno surdo incluído na sala de aula. Através dos dados coletados nas entrevistas e nas observações, foi possível verificar que as indicações da política bilíngue não estão sendo efetivadas na escola inclusiva, pois as crianças surdas são submetidas a metodologia ouvintista com o ensino da L2 antes da aquisição da L1, inviabilizando as relações comunicativas, uma vez que a escola não possui intérprete de Libras e as professoras, coordenadora e gestor não possuem formação em língua de sinais ou educação de surdos. Dessa forma, as crianças surdas estão imersas em um processo segregacionista, posto que estão incluídas, mas isoladas.
Databáze: OpenAIRE